[Resenha]: Assassinato na Casa do Pastor (Agatha Christie)

– É um negócio absolutamente extraordinário – disse Melchett. – Se aparecer uma terceira pessoa confessando que cometeu esse assassinato, vou ser internado no hospício.
 

Assassinato na Casa do Pastor, mais um dos impressionantes contos de Agatha Christie, e o livro de estréia de Miss Jane Marple, uma velha que reside no vilarejo de St. Mary Mead, e que procura desvendar os mais embaraçados mistérios baseados em seu instinto investigativo e olhar observador.

O livro nos conta a história do assassinato de Lucius Protheroe, um rigoroso coronel de St. Mary Mead na qual muitos parecem odiar. Ele é morto no escritório do Pastor Leonard Clement, que encontra junto ao corpo um bilhete confuso. Graças a isso, o crime se tornou praticamente insolúvel para a polícia, que acaba se deparando com alguns suspeitos que simplesmente resolvem se entregar, além aqueles que teriam motivos suficientes para ansiarem pela morte do Sr. Protheroe. Miss Marple encontra, então, sete suspeitos para o crime com o intúito de encontrar o assassino, contando com a ajuda de Clement na investigação desse mistério. Pistas que vem e vão; soluções que parecem exatas, mas, no entanto não são. A solução é sempre a que menos se podia esperar.

A obra é muito interessante, e faz o leitor refletir bem sobre os fatos. Quem narra a história é o Pastor Clement, que nos conta através de relatos como se dá o desfecho deste crime. É preciso ler com calma para que se possam assimilar bem as informações, que são muitas, por sinal. Caso contrário, a história pode tornar-se um pouco confusa, ou enfadonha. O excesso de relatos que, acredito, têm como objetivo fazer do final surpreendente, acaba deixando o decorrer da leitura um pouco cansativo, mas Agatha Christie consegue ser admirável por sua inteligência e belíssima forma de escrita. 

Dentre todos os minuciosos detalhes, Miss Marple, a detetive da história, consegue desvendar este crime que, até para a polícia, parecia desvendável. O final é surpreendente, e com certeza pega a maioria dos leitores de surpresa.

O livro é muito bom, e com certeza deve ser conferido por leitores que gostam de contos do gênero. Agatha tem a capacidade de deixar qualquer pessoa ansiando por mais, então, vale muito a pena conferir! 

– Oh! Certamente que sim. Vejamos – contou nos dedos – um, dois, três, quatro, cinco, seis... sim, possivelmente sete. Posso contar no mínimo sete pessoas que ficariam muito contentes em liquidar o Coronel Protheroe.

O coronel olhou-a perplexo.

Miss Marple acenou vigorosamente com a cabeça.

– Atenção, não quero mencionar nomes – ela disse. – Isso não seria correto. Mas receio que haja muita maldade no mundo. Um soldado direito e honrado como o senhor não sabe dessas coisas, Coronel Melchett.

Pensei que o delegado ia ter um ataque de apoplexia.

 (Nota: Bom!)