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28 de abril de 2014

[Resenha]: Um Perfeito Cavalheiro (Julia Quinn)

Título: Um Perfeito Cavalheiro (Cortesia cedida pela Editora Arqueiro)
Autor: Julia Quinn
Edição: 1
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
ISBN: 9788580412383
Nota: 4 de 5

SINOPSE: Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse parece um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, ela é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, porém, ela consegue entrar às escondidas no aguardado baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois. Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica.

Comentários:

Um romances de época inspirado em um conto de fadas. Assim é Um Perfeito Cavalheiro, obra escrita por Julia Quinn, que de modo particular faz referência ao complicado romance da Cinderela, desta vez ambientada na Inglaterra em meados de 1816.

O terceiro livro da série Os Bridgertons trás como protagonista Benedict, um rapaz gentil, sonhador e cobiçado por todas as mães da temporada cujas filhas estão aptas a casar. E Sophie, a filha bastarda de um conde que nunca assumiu sua paternidade. Enquanto Benedict sempre vivera no conforto, luxo e sem demais preocupações, Sophie sempre fora maltratada por sua madrasta, que a fez de serviçal após a morte do marido.

O caminho de ambos se cruzam em um baile de máscaras da alta sociedade, mas acaba sendo interrompido porque a meia noite Sophie deve voltar às pressas, antes que alguém descobra seu suporto atrevimento. Arrebatado pelo charme e sensibilidade da moça – cujo nome era desconhecido para ele –, Benedict procura por Sophie em todos os lugares possíveis, mas a única pista que ele tem é uma luva antiga com um brasão da realiza deixada por ela.

E assim caminhamos para o desenvolvimento da trama, que em nada se mostra previsível. É muito provável que os moldes da história leve o leitor a acreditar que o enredo centrará na busca de Benedict por sua amada, mas não é bem isso que acontece. Eles se cruzam somente anos depois, e assim uma nova narrativa começa a se desenrolar. Atrevo-me a dizer que foi bastante ousado por parte da autora ter inovado tanto, e, ao contrário do que muitos disseram, em nada eu achei que este livro foi inferior aos demais, e eu vou explicá-los porquê.

Temos em pauta um enredo instigante que prende a atenção tanto pela escrita como pelo bom humor da autora, mas principalmente pelo drama empregado na medida certa, além de ter sido tão bem estruturado. Talvez o fato de nos deparamos com uma história de amor complicada devido ao conservadorismo da época (lê-se classe social) pareça um tanto clichê, mas Julia acerta demais na construção do enredo, e criação dos seus personagens, e isso com certeza é algo bastante positivo.

Sophie, apesar da infância difícil, se mostra uma moça de personalidade forte, determinada, firme e conformada com o que tem. Já Benedict parece não medir muitos esforços para conseguir o que deseja (apesar de ansiar muito). Outro clichê, mas ao mesmo tempo um impasse interessante, uma vez que, por mais que Sophie fosse apaixonada por ele, ela não sedia fácil aos seus caprichos. E eis o conflito.Talvez, acredito eu, isso implique no fato de muitos não terem curtido os mocinhos da vez.

Outra coisa que eu gostaria de mencionar em relação aos personagens é a excelente aparição de Violet Bridgerton, que ganha um espaço notório neste livro, e que surpreende com suas atitudes maternais (de emocionar). Ela, inclusive, foi uma peça fundamental para o destino deste casal. Além dela, claro, a presença da nossa ilustre Lady Whistledown – com suas crônicas sensacionais  não poderia deixar de ser citada aqui. Sua presença dá a história uma leveza e intriga ao mesmo tempo, que chega a ser genial! Só ressaltando que o desfecho desta vez fica com conta dela, com um mistério a solta. Leia e confira!

Enfim, o livro segue os padrões dos dois anteriores, e com certeza vai agradar os fãs da série, e demais interessados nessa vertente literária. Falando por mim, devo dizer que o li muito rápido (e com bastante aproveitamento), e que foi um prazer enorme me deliciar com uma narrativa mais densa, mas ao mesmo tempo cheio de amor. Julia Quinn, que tem estado em ascensão por mérito, brilhou novamente, e deixou essa leitura sedenta por mais. Indico!

Trecho:

– Você não pode se misturar à sociedade educada – continuou ela –, mas mesmo assim ousou fingir que é tão boa quanto o restante de nós indo ao baile de máscaras.
– Sim, eu ousei ir – gritou Sophie, não ligando mais para o fato de a madrasta ter, de alguma forma, descoberto seu segredo. – Ousei e ousaria de novo. Meu sangue é tão nobre quanto o seu, e meu coração é muito melhor, e...
Num instante, Sophie estava de pé, berrando com Araminta, e no seguinte estava no chão, com a mão no rosto, ardido pelo tapa que ela lhe desferira. [P. 75]


9 comentários:

  1. Muito bacana o seu blog, parabéns, belo trabalho. Estou seguindo haha!

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  2. Legal saber que a autora resolveu fazer neste volume uma releitura da Cinderela. E pelos seus comentários Fran, ficou adorável. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Oi Fran!
    Benedict não é o meu Bridgerton preferido, mas achei a narrativa dele e Sophie muito mais complexa e interessante. Como comentei com você em outra ocasião, não achei esse um livro fraco e concordo com você: a Julia foi mais ousada nesta história.
    O que dizer da participação de Violet?! Simplesmente uma das partes mais tocantes e até mesmo engraçadas do livro.
    Beijos
    http://numrelicario.blogspot.com.br/

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  4. Oi Fran, a editora Arqueiro ta com a bola cheia em livros eim...
    Direto vejo algumas obras dela nos blogs.
    Por mais que eu não goste desse genero parece ser uma excelente história.

    www.booksever.blogspot.com

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  5. Li só um livro dessa série e to apaixonada por ela. Quero continuar lendo, mas ainda não deu. Tenho impressão que o segundo será o que mais vou gostar, não sei, só acho isso.

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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  6. Honestamente eu achei o começo do livro meio chatinho... Mas como era julia quinn eu persisti. Ainda bem, pq amei o livro e mais uma vez julia me emociona com a relação de violet com seus filhos. #teamviolet4 ever

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  7. Honestamente eu achei o começo do livro meio chatinho... Mas como era julia quinn eu persisti. Ainda bem, pq amei o livro e mais uma vez julia me emociona com a relação de violet com seus filhos. #teamviolet4 ever

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  8. Vo ler o segundo primeiro, mas ja estou anciosa por esse. Ótima resenha e fco feliz qe tenha gostado do livro! C; beijins
    Agarotaeoseulivro.blogspot.com

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  9. Também li e amei esse livro, estou a cada livro que leio da Quinn mais apaixonada.
    Fran parabéns porque mais uma vez seu texto ficou ótimo e gostoso de ler. Vc só me inspira a escrever melhor a cada resenha que leio. Beijos e ótimas leituras!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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