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19 de outubro de 2016

[Resenha]: As Mil Noites (E. K. Johnston)

Título: As Mil Noites*
Autor: E. K. Johnston
Edição: 1
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
ISBN: 9788580579819
Nota: 3 de 5

SINOPSE: Clássico da literatura universal, as histórias de As mil e uma noites estão no imaginário de todos — do Oriente ao Ocidente. É impossível que alguém nunca tenha ouvido falar sobre Ali Babá e seus quarenta ladrões, ou sobre Aladim e o gênio da lâmpada. Ou sobre Sherazade, a mulher sagaz e inteligente que se casou com um homem cruel, e, por mil e uma noites, driblou a morte narrando contos de amor e ódio, medo e paixão, capazes de dobrar até mesmo um rei. Em As mil noites, a história se repete, mas com algumas diferenças… 
Quando Lo-Melkhiin chega àquela aldeia — após ter matado trezentas noivas —, a garota sabe que o rei desejará desposar a menina mais bela: sua irmã. Desesperada para salvar a irmã da morte certa, ela faz de tudo para ser levada para o palácio em seu lugar. A corte de Lo-Melkhiin é um local perigoso e cheio de beleza: intricadas estátuas com olhos assombrados habitam os jardins e fios da mais fina seda são usados para tecer vestidos elegantes. Mas a morte está à espreita, e ela olha para tudo como se fosse a última vez. Porém, uma estranha magia parece fluir entre a garota e o rei, e noite após noite Lo-Melkhiin vai até seu quarto para ouvir suas histórias; e dia após dia, ela continua viva. Encontrando poder nas histórias que conta todas as noites, suas palavras parecem ganhar vida própria. Coisas pequenas, a princípio: um vestido de seu lar, uma visão de sua irmã. Logo, ela sonha com uma magia muito mais terrível, poderosa o suficiente para salvar um rei...

Comentários:

As Mil Noites, apesar de ser mais uma releitura dos clássicos contos das mil e uma noites, traz uma trama em prosa bem diferente de sua referência, com elementos fantástico e muito mistério. E para ser ainda mais intensa, E. K. Johnston, autora da obra, apostou em descrições reais de um reino dominador, transportando o leitor para uma realidade completamente nova e até assustadora.

O rei Lo-Melkhiin teve sua essência roubada após voltar de uma caça, quando um demônio se apoderou dele para alimentar-se de sua alma. Por esse motivo, Lo-Melkhiin matou cerca de trezentas garotas antes de chegar à nossa protagonista, uma moça cujo nome não sabemos. Ela, a fim de salvar sua irmã da morte (que por sinal era a mais bonita e desejada daquele lugar), se veste de modo sensual quando o rei chega em sua aldeia, para conquistá-lo. E não é que o plano dá certo?

Assim como a trama original, a moça não morre após a primeira noite de núpcias. Um dos motivos é uma história não finalizada que ela conta ao rei de propósito... então, curioso para saber o que está por vir, ele permite que ela continue viva. E é assim que ele vai conhecendo inúmeras histórias do deserto, da família dela, da tenda de seu pai, sobre sua irmã, dentre várias outras coisas que vão da ficção à realidade.

A forma como a história é contada é muito peculiar, com características, costumes e uma linguagem bem diferente de nossa (causa certa estranheza, mas nada que comprometa nosso entendimento). Trata-se, sobre tudo, de coragem e redenção. Portanto, não espere por um romance arrebatador ou apaixonante... isso transparece de forma mínima e sem emoção alguma. E para muita gente isso pode ser frustrante.

Além disso, confesso que em alguns momentos eu me senti meio perdida na narrativa, preza à repetições que me deixavam um pouco confusa. Talvez porque o enredo, como um todo, demora um pouco a engatar; e o desfecho, em contrapartida, muito apressado. Isso foi o que mais me incomodou.

Ainda assim, gostei muito dos personagens (a principal é um pouco entediante, mas ok), especialmente de Lo-Melkhiin. Apesar de aparecer narrando o livro em poucas partes, suas descrições breve são suficientes para fazer o leitor se apegar a história dele até entender o que aconteceu afinal, e o que irá acontecer. Engraçado como às vezes tendemos a torcer pelo vilão, não é mesmo!?

Recomendo a obra para quem curte releituras originais, livros com uma cultura diferente, ou até mesmo para quem é fã de fantasia. Apesar das ressalvas citadas, me surpreendi muito com a qualidade do livro como um todo. Vale frisar ainda que a Editora fez um excelente trabalho, tanto na tradução como na diagramação e design. Maravilhoso!

*Cortesia cedida pela Editora Intrínseca.


2 comentários:

  1. Estou bem dividida quanto a esse livro, Fran. Gosto de releituras, mas por não conhecer tão bem o original não sei se seria uma boa. Acho que a falta de um romance não seria problema para mim, mas a repetitividade que você citou poderia ser. Todavia, alguns dos seus comentários me deixaram curiosa então talvez eu confira. Ótima resenha.

    Beijos!

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  2. O livro parece bem legal, apesar de ter partes um pouco repetitivas.

    http://www.vestigiodelivros.com.br/

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