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9 de outubro de 2016

[Resenha]: O Navio das Noivas (Jojo Moyes)

Título: O Navio das Noivas*
Autor: Jojo Moyes
Edição: 1
Editora: Intrínseca
Páginas: 384
ISBN: 9788580579956
Nota: 5 de 5

SINOPSE: Austrália, 1946. É terminada a Segunda Guerra Mundial, chega o momento de retomar a vida e apostar novamente no amor. Mais de seiscentas mulheres embarcam em um navio com destino a Inglaterra para encontrar os soldados ingleses com quem se casaram durante o conflito. 
Em Sydney, Austrália, quatro mulheres com personalidades fortes embarcam em uma extraordinária viagem a bordo do HMS Victoria, um porta-aviões que as levará, junto de outras noivas, armas, aeronaves e mil oficiais da Marinha, até a distante Inglaterra. As regras no navio são rígidas, mas o destino que reuniu todos ali, homens e mulheres atravessando mares, será implacável ao entrelaçar e modificar para sempre suas vidas. 
Enquanto desbravam oceanos, os antigos amores e as promessas do passado parecem memórias distantes. Ao longo da viagem de seis semanas — apesar de permeada por medos, incertezas e esperanças — amizades são formadas, mistérios são revelados, destinos são selados e o felizes para sempre de outrora não é mais a garantia do futuro que foi planejado.
Com personagens únicas e uma narrativa tocante, Jojo Moyes conta uma história inesquecível que captura perfeitamente o espírito romântico e de aventura desse período da História, destacando a bravura de inúmeras mulheres que arriscaram tudo em busca de um sonho.

Comentários:

O Navio das Noivas, de Jojo Moyes, não foi apenas inspirado na história real de sua avó. Ele também é dedicado dedicado a todas as esposas que tiveram coragem suficiente para enfrentar um oceano de incertezas, na esperança de encontrarem um futuro de plenitude ao lado de seus maridos.

Segundo a autora, a Marinha Real entrou na última etapa do repatriamento das mulheres casadas com oficiais ingleses no pós-guerra, mais precisamente em 1946. Em 2 de julho daquele ano, cerca de 655 esposas australianas embarcaram para uma viagem em um  porta-aviões chamado de HMS Victorius, para encontrar seus maridos. Elas tiveram a companhia de mais de 1.100 homens, além de 19 aviões, em uma viagem que durou quase seis semanas. E é exatamente nesse cenário que conhecemos as personagens fictícias de Jojo. Elas são: Maggie, Avice, Jean e Frances.

Maggie é uma jovem que vive em uma fazenda com o pai e seus irmãos. Ela está grávida e precisa ir ao encontro do marido, Joe, mas o receio da viagem e de deixar sua família é uma preocupação inevitável. Avice é uma moça ambiciosa que faz parte da alta sociedade, e, para realizar os seus caprichos, casou-se rapidamente com o oficial Ian. Já Jean, de apenas 16 anos, ainda não tem malícia suficiente para sobreviver em um mundo onde seu papel é ser esposa de um soldado. E, por fim, Frances, uma enfermeira extremamente discreta que guarda muitos segredos.

O livro, dividido em três partes, é narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista das quatro noivas e de alguns fuzileiros. Apesar de dividir o foco para vários personagens, na terceira parte da trama nós descobrimos de quem realmente é a história toda. Foi um verdadeiro mistério criado por Jojo, que aliás me enganou muito bem, ao mesmo tempo em que me surpreendeu muito positivamente.

A escrita é real e cativante (mesmo que a história se desenrole devagar), e nos leva diretamente para o cotidiano dessas moças, seus medos, incertezas e esperanças. Suscita assuntos como o papel da mulher na sociedade, injustiças, honestidade, julgamento alheio, e uma série de coisas que nos fazem sentir raiva, tristeza e alegria. É uma trama de preencher o coração; de nos fazer refletir.

Até onde você iria por amor, ou até mesmo por um recomeço? Acho que esse é o maior questionamento que Jojo Moyes faz aos seus leitores através de O Navio das Noivas. E as respostas para essa pergunta são dadas de formas diferentes, por meio de personalidades distintas; algumas mais cativantes que outras, mas todas igualmente fortes.

Gostei muito do livro por diferentes motivos, mas especialmente pelo fato de trazer um pós-guerra pouco explorado na literatura estrangeira. O que prova que com esse assunto é possível criar diversas histórias especiais, comoventes e, sobretudo, impressionantes. Recomendo!

*Cortesia cedida pela Editora Intrínseca.


Um comentário:

  1. Devo dizer que a premissa do livro já me atraia bastante e seus comentários me deixaram mais interessada ainda, Fran. Realmente é uma questão a respeito do pós-guerra que é pouco abordada, e saber que a Jojo criou uma história incrível em cima disso deixa ainda mais especial. Vou conferir, sem dúvida. Ótima resenha.

    Beijos!

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