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24 de janeiro de 2017

[Resenha]: As Cores da Vida (Kristin Hannah)

Título: As Cores da Vida
Autor: Kristin Hannah
Edição: 1
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
ISBN: 9788580415957
Nota: 3,5 de 5

SINOPSE: Uma arrebatadora história sobre irmãs, rivalidade, perdão e, em última análise, o que significa ser uma família. As irmãs Winona, Aurora e Vivi Ann perderam a mãe cedo e foram criadas por um pai frio e distante. Por isso, o amor que elas conhecem vem do laço que criaram entre si. Embora tenham personalidades bastante diferentes, na verdade são inseparáveis. Winona, a mais velha e porto seguro das irmãs, nunca se sentiu em casa no rancho da família e sabe que não tem as qualidades que o pai valoriza. Mas, sendo a melhor advogada da cidade, ela está determinada a lhe provar seu valor. Aurora, a irmã do meio, é a pacificadora. Ela acalma as tensões familiares e se desdobra pela felicidade de todos – ainda que esconda os próprios problemas. E Vivi Ann é a estrela entre as três. Linda e sonhadora, tem o coração grande e indomável e é adorada por todos. Parece que em sua vida tudo dá certo. Até que um forasteiro chega à cidade... Então tudo muda. De uma hora para a outra, a lealdade que as irmãs sempre deram por certa é posta à prova. E quando segredos dolorosos são revelados e um crime abala a cidade, elas se veem em lados opostos da mesma verdade.

Comentários: 

Iniciar minhas leituras anuais com Kristin Hannah sempre foi sinônimo de começar o ano com o pé direito (esse é o terceiro ano consecutivo que faço isso). E todo mundo já está careca de saber que, graças a tantas experiências positivas, ela se tornou minha autora contemporânea favorita. E ainda é, apesar de não ter sentido a mesma vibração de sempre com a leitura de As Cores da Vida.

A história nos apresenta três protagonistas irmãs: Winona, Aurora e Vivi Ann. Elas perderam a mãe muito cedo, e por isso precisam manter-se unidas para que o convívio familiar seja levado adiante (o pai delas em nada contribui para isso). Só que o fato de possuírem personalidades extremamente diferentes gera uma série de atritos que só enfraquecem a amizade e o laço entre elas.

Winona é uma importante advogada conhecida por sua inteligência e proatividade. Porém, possui sérios problemas de autoestima por se achar desinteressante, feia e gorda. Vivi Ann é a inconsequente que sempre age por impulso, conseguindo facilmente tudo - e todos - que deseja. Aurora, por sua vez, não tem a personalidade acentuada na trama, servindo quase sempre para intermediar o relacionamento das irmãs. Mas vale frisar que sua vida é um limbo de conformismo com seu marido (desinteressante) e filhos, acreditando, assim, ter uma vida feliz.

É muito difícil resumir uma história que se desenrola durante vários anos, pois temos aqui uma gama de acontecimentos importantes, além do envolvimento de vários personagens paralelos. Ainda assim, é possível adiantar que a trama trata, especialmente, da relação das irmãs em meio a vários conflitos - traições, um triângulo amoroso, e um assassinato que envolve a família são apenas alguns deles.

O livro é narrado em terceira pessoa por meio de uma escrita detalhada e envolvente. Os personagens são bem construídos e reais. No geral, a narrativa é equilibrada e nos dá mensagens importantes sobre o real significado de ter uma família, de amar e de perdoar. Essa é a base para suportar as dificuldades da vida, e essas são lições que temos do início ao fim em As Cores da Vida, de um jeito ou de outro.

A veracidade essa é uma característica da autora. Kristin Hannah adora pautar o desenvolvimento pessoal construído a partir dos diferentes defeitos do ser humano, mostrando ainda o que o tempo pode fazer conosco através do que escolhemos para a nossa vida. Isso é muito bom, porque somos levados a uma realidade por vezes difícil de enxergar no meio em que vivemos.

Apenas senti falta da emoção e da intensidade de sempre, talvez por conta do excesso de acontecimentos clichês. O que também comprometeu minha experiência de leitura foi a falta de empatia com as personagens. A inveja, a imaturidade e a autopiedade em determinadas situações foram coisas difíceis de engolir.

Gosto de personagens femininas fortes, que tentam, de alguma forma, mudar tudo aquilo que não está funcionando em suas vidas... mas aqui as meninas fazem o contrário. Além disso, elas não são unidas, embora na cabeça delas a cumplicidade do trio seja imbatível. Neste caso as ações falam mais altos, e a vida parece colocá-las em prova a todo instante.

As Cores da Vida não é um dos melhores livros de Kristin Hannah, mas cumpre o papel de entreter ao mesmo tempo em que propõe grandes reflexões. Creio que irá agradar a quem curte ler os dramas e infortúnios da vida. Recomendo!


Um comentário:

  1. É uma pena que não tenha te satisfeito totalmente, embora não tenha chegado a decepcionar, Fran. Não tinha lido a sinopse mas sabia que se tratava de uma história de irmãs, o que me interessou. Mas saber de um triângulo amoroso e que as personalidades não são tão marcantes me desestimula um pouco. Ainda acho que leria, só não começaria por ele. Ótima resenha.

    Beijos!

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