Autor: Jojo Moyes
Edição: 1
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
ISBN: 9788551000663
Nota: 4 de 5
SINOPSE: Matt e Laura McCarthy são obcecados pela ideia de herdar a Casa Espanhola — uma construção malcuidada e quase em ruínas no condado de Norfolk, interior da Inglaterra, que tem um valor simbólico para os moradores locais. Para atingir esse objetivo, Laura, a mando do marido, faz todas as vontades do velho Sr. Pottisworth, o proprietário. Entretanto, como o homem nunca deixou nada por escrito, quem acaba por herdar a casa é uma parente distante, Isabel Delancey.
Primeiro violino na Orquestra Sinfônica Municipal, em Londres, Isabel tinha uma vida tranquila com seus dois filhos e o marido, mas tudo virou de cabeça para baixo quando ele morreu em um acidente de carro e deixou uma grande dívida. Sua única oportunidade de recomeço é fincar moradia na Casa Espanhola — algo que o casal McCarthy vai tentar impedir a qualquer custo.
Primeiro violino na Orquestra Sinfônica Municipal, em Londres, Isabel tinha uma vida tranquila com seus dois filhos e o marido, mas tudo virou de cabeça para baixo quando ele morreu em um acidente de carro e deixou uma grande dívida. Sua única oportunidade de recomeço é fincar moradia na Casa Espanhola — algo que o casal McCarthy vai tentar impedir a qualquer custo.
Comentários:
O Som do Amor, escrito por Jojo Moyes, é um romance sobre obsessão e manipulação. Apesar do estilo inconfundível da autora, desta vez ela apresenta uma trama que desperta repulsa do início ao fim, ao mesmo tempo em que suscita questionamentos sobre a capacidade que o ser humano tem em se autossabotar.
A Casa Espanhola, do qual classifico como um dos personagens centrais da história, é um antigo casarão cobiçado por Matt e Laura McCarthy. O casal acreditava que o Sr. Pottisworth, dono da propriedade, deixaria tudo para eles ao morrer — uma vez que eles cuidavam e faziam de tudo para o velho ranzinza (não faziam por caridade; faziam por interesse). Mas, sem um testamento, a casa acaba indo para as mãos de Isabel Delancey, parente mais próxima, que está viúva, cheia de dívidas, e com dois filhos para criar.
Vale ressaltar que a fissura de Matt pela casa nasceu quando ele ainda era muito jovem, na época em que sua família trabalhava por lá. Ele é um cara ambicioso, infiel e capaz de qualquer coisa pelo que deseja, embora finja ser um amoroso pai de família. Laura, sua esposa, preza pelas aparências e por isso acaba se tornando uma mulher submissa, tendo que aturar os maus tratos constantes do marido.
Quando Isabel chega à casa, ela se depara com uma série de problemas estruturais que precisam ser resolvidos com certa urgência. Contudo, ela não tem muito dinheiro e não sabe a quem recorrer. É assim que Matt coloca um novo plano em ação; um plano cheio de segundas intenções que podem levar Isabel ainda mais ao fundo do poço.
E por falar em Isabel, ela é a personagem ociosa que parece não ter noção das coisas. Na realidade, sua vida sempre girou em torno de suas vontades, o que agora acaba por dificultar a vida de seus filhos. Aliás, é a sua filha mais velha, Kitty, uma adolescente, que precisa tomar as rédeas de tudo, e isso inclui a vida financeira da família. Essas atitudes rendem cenas muito conflitantes e interessantes de serem observadas.
Além das personalidades já citadas, não posso deixar de mencionar os moradores da região. Eles são colocados na trama como aqueles que sabem o que está acontecendo de errado com a Isabel e a casa, mas que se limitam a alertá-la, tampouco a ajudar. Isso resulta em fatos previsíveis, mas que ajudam Isabel a ir acordando para a vida de modo que ela repense em quem confiar e no que é melhor para sua família.
O Som do Amor
nos mostra dois grandes problemas da conduta humana: o fato de que o
ser humano é capaz de se corromper para alcançar um objetivo, e isso
pode significar passar por cima de tudo e todos se for preciso; e o
quanto somos aptos a atribuir a felicidade a metas talvez inalcançáveis,
como se nossa felicidade dependesse de algo exclusivamente do futuro. São assuntos que merecem ser (re)pensados.
A obra, narrada em terceira pessoa pelo ponto de vista de praticamente todos os personagens, é cheia de reviravoltas e transita do previsível ao imprevisível. A leitura é fluída, mas causa mau estar diante de tantas traições e egoísmos. E as personalidades, que não são muito cativantes (exceto a Kitty), refletem muitas imperfeições e egocentrismo.
Outras questões como o luto e o crescimento pessoal são abordadas pontualmente, ainda que de forma tímida. Mesmo que não tenha trazido nada de novo, isso deu um toc especial à narrativa, complementando-a em vários sentidos. Além disso, esses pontos contribuíram para um desfecho transformador sobre o que realmente importa em nossa vida; sobre a conduta que queremos ter para nós mesmos; e sobre o que queremos cultivar em nossos corações. Recomendo!
*Cortesia cedida pela Editora Intrínseca.
*Cortesia cedida pela Editora Intrínseca.
Te confesso que não sabia sobre o que se trata O Som do Amor e me surpreendi, Fran. É quando gosto muito de um livro já quero automaticamente ler os outros do autor sem me preocupar sobre o que é. [rs] Mas achei a premissa bem intrigante e gostei de saber da Jojo abordando tais questões. E pelos seus comentários, o fez muito bem. Ótima resenha.
ResponderExcluirBeijos!
Portal Andar de Cima
Oi, Fran!
ResponderExcluirAté hoje só li Como eu era antes de você e Depois de você da autora.
Engraçado porque fiquei na cabeça que ela era autora de livros bobinhos e românticos e nem me interessei pelos outros livros dela. Ao ler essa resenha vi que, pelo menos desse livro, meu pré-julgamento está bem errado. Parece ser um livro bem interessante e zero fofo! Gostei da dica, vou procurar saber mais sobre esse livro pra comprá-lo :)
Beijos,
Giulia | 1livro1filme.com.br