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27 de março de 2017

[Resenha]: Nada Mais a Perder (Jojo Moyes)

Título: Nada Mais a Perder*
Autor: Jojo Moyes
Edição: 1
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
ISBN: 9788580579703
Nota: 4 de 5

SINOPSE: Na juventude, Henri Lachapelle foi um cavaleiro de raro talento, entre os poucos admitidos na academia de elite do hipismo francês, o Le Cadre Noir. Contudo, reviravoltas da vida o levaram da França a Londres. Sem nunca abandonar o amor pela antiga carreira, aos trancos e barrancos, Henri ensina a neta, Sarah, a montar o cavalo Boo, na esperança de que o talento da dupla seja o passaporte para uma vida melhor e mais digna para todos. Mas novos rumos mudam mais uma vez os planos de Henri Lachapelle, e Sarah se vê entregue à própria sorte, lutando para, além de sobreviver, cuidar de Boo e manter os treinamentos.
Em paralelo temos Natasha, uma advogada especializada em representar crianças e adolescentes envolvidos com crimes ou em situação de risco. Abalada emocionalmente e em dúvidas quanto a seu futuro profissional depois de um caso terrível, Natasha ainda tem de lidar com as feridas do fim de seu casamento. Um fim, diga-se de passagem, bem inusitado, já que ela se vê forçada a morar com o charmoso futuro ex-marido enquanto esperam a venda da casa da família.
Quando Sarah cruza o caminho de Natasha, a advogada vê na menina a oportunidade de colocar a vida de volta nos trilhos e decide abrigar a adolescente sob o próprio teto. O que ela não sabe é que Sarah guarda um grande segredo que lhes trará sérias consequências.

Comentários:

O desenrolar de romances conturbados parece ser uma das especialidades de Jojo Moyes. Além disso, é comum encontrarmos em seus livros a junção de histórias paralelas, cenários diferentes e muitas reviravoltas intrigantes. Pelo menos é isso que ocorre em Nada Mais a Perder, que entra para o hall das temáticas peculiares e reflexivas propostos pela autora.  

Diferente do que nos conta a sinopse, Natasha não vê em Sarah a oportunidade de colocar a vida nos trilhos. Influenciada pelo ex-marido, Mac, ela somente é levada a ajudar a menina, num acaso. Só para você entender, Sarah aparece na vida deles acidentalmente, em um momento muito difícil de sua vida: seu avô e único parente, Henri Lachapelle, está hospitalizado em situação grave.

Mas a vida de Natasha também não está nada confortável. Mac está de volta para acelerar o processo de separação, o que significa que a casa que eles construíram juntos precisa ser vendida, para que haja a repartição dos bens. Só que essa é a mesma casa que Natasha mora atualmente. Como ele está na cidade, ela se vê obrigada a dividir o ambiente com ele até que tudo esteja resolvido.

Sarah e Natasha são o centro da história. Apesar de estarem em posições diferentes, especialmente por conta da idade, ambas têm muitos obstáculos a enfrentar. Involuntariamente, e mesmo não se entendendo muito bem, uma vai dando a outra novas situações e perspectivas que contribuem muito para a superação de seus respectivos problemas. Assim, notamos a construção do amadurecimento que elas precisam. Isso é uma consequência do difícil convívio cotidiano dessas personagens.

Além delas, Mac e Lachapelle também são extremamente importantes para a trama. Mac traz leveza no relacionamento delas, ao mesmo tempo em que precisa lidar com sentimentos constantes em relação ao divórcio; e Lachapelle contribui com sua linda história de afeto com a cavalaria, além de sua intensa vida amorosa e as consequências que isso trouxe para a sua vida. Em geral, os personagens são muito bem construídos, com personalidades bem acentuadas. São pessoas reais e críveis.

O livro tem inicialmente um ritmo lento. Além disso, existem muitas coisas sobre o universo da cavalaria que provavelmente, pra alguns, sejam irrelevantes. Sobre o ritmo, creio que a autora optou por nos preparar para uma cadência maior, já que a sequência de acontecimentos acelera bastante com o passar dos capítulos. Quanto ao excesso de informações, talvez a intenção tenha sido a de transportar o leitor para esse âmbito que é desconhecido por muitos. Até o que não faz muito sentido acaba sendo compreensível.

Vale destacar também a capacidade que a autora tem de nos dar meios de abrir a mente para entender a conduta descabida dos personagens. Após sentir certo desconforto com algumas situações, somos levados a entender os motivos, a estar no lugar daquela pessoa, a pensar como ela. Inclusive, as personalidades de Jojo tem erros e acertos como todo bom ser humano, e sentir isso através de suas palavras é ainda mais incrível - devido a realidade que ela nos impõe.

Recomendo o livro para os fã da autora. A linguagem é no padrão Jojo Moyes: precisa e visual. 
Vale a pena!

*Cortesia enviada pela Editora Intrínseca. 


Um comentário:

  1. Estava mesmo querendo saber mais sobre esse livro, Fran. Tinha me interessado pela sinopse, e seus comentários mostraram que a trama possui nuances bem interessantes. Quero ler. Ótima resenha.

    Beijos!

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