Olá, blogueiros!  :D

Já faz algum tempo que eu gostaria de dar espaço em um post a dois livros que, a meu ver, são interessantíssimos. Livros estes de cunho histórico que vieram para revolucionar e instigar grandes amantes de uma boa volta ao passado, e tudo isso de uma forma nova, empolgante e irreverente. 

Lançado em 2009, o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil já superou a tiragem de 200 mil exemplares, surpreendendo culturalmente muito leitor afora, e agradando o público geral de forma admirável. 

Estamos lhe dando aqui com uma coletânea de pesquisas históricas desagradáveis que derrubam mitos sobre índios e negros, além de estudos que revelam vexames de heróis nacionais. Para Leandro Narloch, autor da obra, é a preguiça dos autores de livros escolares que ajuda a eternizar versões maniqueístas da historiografia do país, quase sempre contada como um embate entre mocinhos e bandidos, colonizadores versus explorados, ou uma devoção cega a heróis e ídolos oficiais. O livro é uma reunião de informações esquecidas e episódios irritantes e desagradáveis a quem se considera vítimas de "grandes potências", "exploradores" e "imperialistas". Sem mais delongas, vamos à devida sinopse?

Existe um esquema tão repetido para contar a história do Brasil, que basta misturar chavões, mudar datas ou nomes, e pronto. Você já pode passar em qualquer prova de história na escola. Nesse livro, o jornalista Leandro Narloch prefere adotar uma postura diferente – que vai além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: ''Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.'' É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê.

Como amante de história, não teria como não me sentir atraída. É uma leitura que almejo muito fazer, pois o livro mostra ser rico em informações na qual somos subordinados a conhecer de uma forma que, como muitos devem imaginar, não é exatamente concreta. Acredito que o livro veio para revolucionar e quebrar velhos tabus existentes na história, e isso é genial.  :)


E o autor não parou por aí. Surpreendendo novamente, Leandro Narloch nos presenteia com mais uma obra do mesmo estilo do seu primeiro livro, só que desta vez ele é dedicado à América Latina. O Guia Politicamente Incorreto da América Latina foi lançado este ano, e para sua realização o autor contou com a ajuda do Duda Teixeira, onde ambos analisaram histórias de heróis e revoluções talvez um pouco exageradas, equivocadas ou mentirosas mesmo, só que em um cenário um pouco mais extenso, porém, do mesmo modo controverso e mítico dos países latinos. Vejam a proposta abaixo:

Che Guevara, Fidel Castro e Salvador Allende são os alvos desta vez. Utilizando a mesma fórmula que consagrou o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, Leandro Narloch e Duda Teixeira retomam alguns dos personagens e fatos marcantes da história da América Latina para mostrar que a história não aconteceu exatamente como aprendemos na escola. ''Fidel Castro foi capitalista'', ''Che Guevara ordenava torturas'' ou ''Os Incas aprovaram a dominação espanhola'' são algumas das afirmações polêmicas que os autores defendem e explicam por meio de outras correntes de pesquisa históricas rejeitadas como oficiais. Com o mesmo propósito do livro anterior, o Guia politicamente Incorreto da América Latina é contra regras batidas para se contar a história. E o falso herói latino-americano é o principal alvo deste livro.

Tão querido como o primeiro, este livro também se tornou aclamado, sujeito a inúmeras críticas que vão das mais positivas admissíveis às mais complexas e questionadoras possíveis. Para muitos, é preciso ser atento ao fato de que história não é apenas acontecimento, é processo e contexto.

O que nos resta agora é embarcar nestas leituras interativas, cheias de contextos históricos, de barganha complexa e densa para que, só assim, possamos tirar nossas reais conclusões. No mais, o que acham da ideia dos jornalistas de proverem livros tão discursivos historicamente falando?

5 Comentários

  1. Vi esse primeiro livro com um amigo esses dias e fiquei bem interessada pela leitura. Vou procurar na feira do livro que vai ter no mês que vem em Porto Alegre.

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  2. São livros bem legais, Fran :)
    Mais não desperta o meu interesse, em alguns pontos, num sei quais :D

    Mesmo assim, ótima indicação ^^
    Quem sabe depois eu deseje ler esse livro.

    Beijos :*
    Natalia.
    http://musicaselivros.blogspot.com/

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  3. Oi, Fran. Eu acho que não leria, sendo sincera. Acho historia muito interessante, gosto de estudar alguns assuntos, mas tenho certa dificuldade em outros. Por isso, não sou muito interessada em historia fora do mundo academico. Mas eu gostei da sua paixão pela historia, bem legal de se ver. Espero que leia e goste!

    Beijos
    Mulher gosta de falar

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  4. Oi Fran!
    Muito interessante a sua dica. Eu gostava de história na época da escola, mas as vezes é um tema meio complexo de ser entendido. E ver uma paixão que nem a sua por esse tema, é admirável!

    Beijos, Kamila

    http://vicio-de-leitura.blogspot.com

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  5. Fraan,
    Ótimo você falar a respeito dos livros do Narloch. Acho que eu posso fazer um comentário enorme a respeito disso, pois compartilho enormemente desse interesse com você.

    Gosto tanto de História quanto gosto de Literatura, então imagine que eu adoro mesmo. Acho genial quando as pessoas me perguntam algo a respeito e eu tenho a chance de explicar. Falo com paixão, sabe? E as duas coisas estão muito ligadas, também. Literatura é História. Um pouco mais discursiva, lírica, com sentimentos humanos, mas que segue as mudanças da civilização.

    Desde que assisti a uma entrevista no Jô com o Leandro Narloch, virei fã do cara. Aprecio imensamente a coragem dele em desmentir tantas histórias, tantos ídolos brasileiros em um guia totalmente descompromissado com os valores "politicamente corretos". É uma quebra daquela história simbólica, utópica, que muitas vezes impede o povo brasileiro de enxergar a realidade na qual se encontra. Muitos problemas nossos se devem às nossas raízes, aos antecedentes históricos, às tantas falhas no governo que vêm da época da colonização. E é, de certa forma, cruel vermos os nossos heróis serem diminuídos à terrível verdade. Não li o livro, mas vi muito a respeito e, por exemplo, acho que ficarei um tanto desapontada quando chegar na parte a respeito de Machado de Assis porque, poxa vida, sou fã do cara! hahaha Mas nem todos somos perfeitos, né?

    Aprecio tudo nesses dois livros e mal posso esperar para tê-los em mãos. Acima de tudo, parabenizo esses dois jornalistas por representarem a simbologia pura do jornalismo. Essa idealização eterna de ser fiel à verdade, de mostrá-la ao povo e registrar para a História. Falta coragem a muitos profissionais da área e é sempre um incentivo ver que ainda temos jornalistas desinibidos. Talvez não heróis, porém valiosos à eterna busca pelo novo conhecimento e a abolição de utopias que nos levam a nada e a coisa nenhuma.

    Acho que me empolguei, mas o tema era para ser discutido, rs.

    Beijinhos,
    Ana - Na Parede do Quarto

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