Título: O Lago Místico
Autor: Kristin Hannah
Edição: 1/2014
Editora: Novo Conceito
Páginas: 368
ISBN: 9788581635811
Nota: 4 de 5
SINOPSE: Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para outra quando é abandonada pelo marido. A fuga momentânea é a pequena comunidade de Mystic, lugar onde ela cresceu e onde seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente, descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma garotinha que acaba de perder a mãe.
Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido reaparece... e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero.
Não é segredo para ninguém a imensa admiração que tenho por Kristin Hannah. Sua habilidade de enfatizar as fraquezas humanas faz das suas histórias tão verossímeis quanto a realidade. E é justamente isso que mais me atrai nos livros da autora: o infortúnio sem exagero. Em O Lago Místico não foi diferente... nele vivemos na linha da versatilidade, assim como os outros, só que, desta vez, com algumas ressalvas.
Annie é uma mulher de quase 40 anos que sempre viveu para a família. Mas sua dedicação integral ao lar, a filha e ao marido, de uma hora para outra, simplesmente evapora: Blake, com quem era casada há 20 anos, acabar de perdir o divórcio, enquanto Natalie, sua menina de 17 anos, parte em viagem para o seu primeiro grande intercâmbio. E é assim que seu mundo perfeito começa a sair dos trilhos.
Desnorteada, Annie resolve ir a pequena cidade de Mystic, a procura de um recomeço. Sua redenção, no entanto, dá espaço aos problemas vividos por sua antiga paixão, Nick. Ele, que tornou-se um alcoólatra após a morte de sua esposa, e a pequena Izzy, que desde a morte da mãe nega-se a falar, passam a ganhar a total e exclusiva atenção de Annie. Será aceitável desistir do nosso próprio recomeço para empenhar-se pelo outro?
A priori, temos a impressão que Annie será a nossa grande protagonista, mas quando sua história e a de Nick se cruzam, passamos a ir além dos dilemas do divórcio e da vida a dois. E não são apenas esses temas trabalhados por Kristin Hannah. A personagem Izzy, por exemplo, rouba os holofotes quando entra em foco. Trata-se de uma criança de 6 anos que precisa lidar com a morte da mãe e com o total afastamento do pai, com quem sempre tivera uma relação profunda de amor.
Todas essas questão dão a trama diferentes perspectivas de reflexão. De que maneira aprendemos a lidar com uma perda? Como resgatar um relacionamento fragilizado por traições e/ou distanciamento? Como minimizar a tristeza e a decepção? Qual a melhor maneira de adentrar o recomeço? Como enfrentamos o medo de viver coisas novas? Essas são apenas algumas das várias discussões que emergem através de personagens tão simplistas e frágeis. Personagens, inclusive, comuns na vida real.
No geral, o que mais me agradou na trama foram as semelhanças nas histórias de Nick e Annie, cujos enfoques foram trabalhados de modos diferentes. Embora a autora trate de questões usuais, sua narrativa nos faz viver - e sofrer - com eles, nos emociona e nos coloca na mesma posição difícil em que eles se encontram. Kristin Hannah nos levar a pensar e a tomar decisões, e a refletir sobre a vida e suas nuances. É esse mar de intensidade transmitidos de forma tão imponente que me faz idolatrar a autora.
Porém, nem tudo são flores. Confesso que me incomodei um pouco com os rumos que a história tomou. Acredito que tenha sido proposital, já que o livro conta, ao final, com uma entrevista concedida à escritora Jennifer Morgan Gray... lá ponderamos acerca do processo de produção do livro de um modo geral. Mas, ainda assim, vi a obra ser simplesmente encerrada, deixando algumas pontas soltas. Prefiro acreditar que isso foi feito para sairmos da nossa zona de conforto; para criarmos em nossas cabeças a continuação desta história.
Além disso, eu não me simpatizei diretamente com os personagens. Eu gostei muito da história graças as suas diversas lacunas de pensamento, mas as personalidades não me ganharam. Acho que isso tem a ver com a minha praticidade, e eles são muito conflituosos. Mas não são todos, a exemplo da Natalie, que tem uma personalidade e maturidade surpreendentes. É uma pena que ela apareça tão pouco. E tem a Izzy, também, que me lembrou muito a Anne, de Jogando Xadrez Com os Anjos (Fabiane Ribeiro). Ela é encantadora e fez meu coração derreter.
Recomendo o livro para você que curte uma bom drama narrado (por um observador) sob diferentes pontos de vista. Esse é o tipo de história que envolve vários tipos de amor, e com certeza despertará em você diversas emoções. Vale a pena!
Autor: Kristin Hannah
Edição: 1/2014
Editora: Novo Conceito
Páginas: 368
ISBN: 9788581635811
Nota: 4 de 5
SINOPSE: Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para outra quando é abandonada pelo marido. A fuga momentânea é a pequena comunidade de Mystic, lugar onde ela cresceu e onde seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente, descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma garotinha que acaba de perder a mãe.
Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido reaparece... e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero.
Comentários:
Não é segredo para ninguém a imensa admiração que tenho por Kristin Hannah. Sua habilidade de enfatizar as fraquezas humanas faz das suas histórias tão verossímeis quanto a realidade. E é justamente isso que mais me atrai nos livros da autora: o infortúnio sem exagero. Em O Lago Místico não foi diferente... nele vivemos na linha da versatilidade, assim como os outros, só que, desta vez, com algumas ressalvas.
Annie é uma mulher de quase 40 anos que sempre viveu para a família. Mas sua dedicação integral ao lar, a filha e ao marido, de uma hora para outra, simplesmente evapora: Blake, com quem era casada há 20 anos, acabar de perdir o divórcio, enquanto Natalie, sua menina de 17 anos, parte em viagem para o seu primeiro grande intercâmbio. E é assim que seu mundo perfeito começa a sair dos trilhos.
Desnorteada, Annie resolve ir a pequena cidade de Mystic, a procura de um recomeço. Sua redenção, no entanto, dá espaço aos problemas vividos por sua antiga paixão, Nick. Ele, que tornou-se um alcoólatra após a morte de sua esposa, e a pequena Izzy, que desde a morte da mãe nega-se a falar, passam a ganhar a total e exclusiva atenção de Annie. Será aceitável desistir do nosso próprio recomeço para empenhar-se pelo outro?
A priori, temos a impressão que Annie será a nossa grande protagonista, mas quando sua história e a de Nick se cruzam, passamos a ir além dos dilemas do divórcio e da vida a dois. E não são apenas esses temas trabalhados por Kristin Hannah. A personagem Izzy, por exemplo, rouba os holofotes quando entra em foco. Trata-se de uma criança de 6 anos que precisa lidar com a morte da mãe e com o total afastamento do pai, com quem sempre tivera uma relação profunda de amor.
Todas essas questão dão a trama diferentes perspectivas de reflexão. De que maneira aprendemos a lidar com uma perda? Como resgatar um relacionamento fragilizado por traições e/ou distanciamento? Como minimizar a tristeza e a decepção? Qual a melhor maneira de adentrar o recomeço? Como enfrentamos o medo de viver coisas novas? Essas são apenas algumas das várias discussões que emergem através de personagens tão simplistas e frágeis. Personagens, inclusive, comuns na vida real.
No geral, o que mais me agradou na trama foram as semelhanças nas histórias de Nick e Annie, cujos enfoques foram trabalhados de modos diferentes. Embora a autora trate de questões usuais, sua narrativa nos faz viver - e sofrer - com eles, nos emociona e nos coloca na mesma posição difícil em que eles se encontram. Kristin Hannah nos levar a pensar e a tomar decisões, e a refletir sobre a vida e suas nuances. É esse mar de intensidade transmitidos de forma tão imponente que me faz idolatrar a autora.
Além disso, eu não me simpatizei diretamente com os personagens. Eu gostei muito da história graças as suas diversas lacunas de pensamento, mas as personalidades não me ganharam. Acho que isso tem a ver com a minha praticidade, e eles são muito conflituosos. Mas não são todos, a exemplo da Natalie, que tem uma personalidade e maturidade surpreendentes. É uma pena que ela apareça tão pouco. E tem a Izzy, também, que me lembrou muito a Anne, de Jogando Xadrez Com os Anjos (Fabiane Ribeiro). Ela é encantadora e fez meu coração derreter.
Oi Fran!
ResponderExcluirEngraçado que tava pensando em te perguntar essa semana se você pretendia resenhar esse livro.
Lembro que você comentou por alto que tinha identificado alguns probleminhas e que não se envolveu tanto como de costume. Não li ainda, mas talvez isso possa ser explicado devido as altas expectativas com relação as narrativas da Hannah. (rsrs)
No geral, achei a premissa muito interessante. E eu sou fã dessas histórias de recomeço e como a vida (até na literatura) ganha um rumo que independe do nosso controle.
Ótima resenha!!
Beijos
Hey Fran! Tenho sentido falta de leitura de livros "dramáticos" que me envolvam tanto, já que ultimamente não tenho acertado nas escolhas nesse gênero (O ultimo foi "Fique onde está e então corra" - super indico). Alias, não vi você citar nenhum livro dessa autora que não tenha gostado, pelo que lembro. Acho que me aventurarei em algum. Parabéns pela resenha :)
ResponderExcluirCantina do Livro
O carinho com que você fala da narrativa da Kristin Hannah sempre me deixa curiosa para ler algo dela, Fran. Uma pena que alguns aspectos desse livro não tenham te agradado tanto, mas se provoca reflexão já é um ponto bem positivo. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Que pena que os personagens acabaram não sendo tão cativantes :/ talvez a autora tenha se centrado muito na história em si e não aos elementos que a compõem. Mas adorei sua resenha, apesar de tudo o enredo parece bom, como a vida pode dar voltas e como nos encontramos podendo ajudar a perda dos outros né
ResponderExcluirxx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Tem tag do skoob no blog, vem ver!
Que pena que o final dessa história foi tão repentino =/ será que ela não escreverá uma continuação!!!???? Enfim adorei saber sua opinião sobre esse livro.
ResponderExcluirConfesso só ter lido um livro da autora até agora, muito marcante por sinal. Pretendo investir em todos os livros dela assim que possível; assim como vc falou ela consegue falar dos dramas humanos de forma que o leitor se envolve e acaba entrando de corpo e alma na leitura.
Amei a dica. Beijos
Leituras, vida e paixões!!!!