Título: As Espiãs do dia D
Autor: Ken Follet
Edição: 1/2015
Editora: Arqueiro
Páginas: 448
ISBN: 9788580414097
Nota: 3 de 5

SINOPSE: Na fúria expansionista do Terceiro Reich, a França é tomada pelas tropas de Hitler. Os alemães ignoram quando e onde, mas estão cientes de que as forças aliadas planejam libertar a Europa. Para a oficial inglesa Felicity Clairet, nunca houve tanto em jogo. Ela sabe que a capacidade de Hitler repelir um ataque depende de suas linhas de comunicação. Assim, a dias da invasão pelos Aliados, não há meta mais importante que inutilizar a maior central telefônica da Europa, alojada num palácio na cidade de Sainte-Cécile. Porém, além de altamente vigiado, esse ponto estratégico é à prova de bombardeios. Quando Felicity e o marido, um dos líderes da Resistência francesa, tentam um ataque direto, Michel é baleado e seu grupo, dizimado.
Abalada pelas baixas sofridas e com sua credibilidade posta em questão por seus superiores, a oficial recebe uma última chance. Ela tem nove dias para formar uma equipe de mulheres e entrar no palácio sob o disfarce de faxineiras. Arriscando a vida para salvar milhões de pessoas, a equipe Jackdaws tentará explodir a fortaleza e aniquilar qualquer chance de comunicação alemã – mesmo sabendo que o inimigo pode estar à sua espera. 

Comentários:

Histórias centradas nas grandes guerras são irrecusáveis para mim. E quando isso envolve Ken Follet, autor do incrível O Buraco da Agulha (única referência que tenho do escritor), não há dúvidas: é leitura na certa. Portanto, chegou a hora de ler mais um eletrizante enredo de espionagem; chegou a hora do Dia D.

As Espiãs do Dia D é um thriller de ritmo cinematográfico inspirado na vida real. Como já aponta a sinopse, o livro centra em um grupo de mulheres comandadas pela major Felicity Clairet (ou simplesmente Flick) que arriscam tudo para ajudar na derrubada das linhas de comunicação alemães, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Gostaria de salientar duas características da trama: 1) mesmo demonstrando um notável valor devido as especialidades de cada uma, nenhuma das moças possuem experiências de guerra; 2) recrutamento, treinamento e missão acontecem em um período (curto) de nove dias. Aliás, a narrativa é apenas sobre os fatos quem ocorre nesse meio tempo. 

Os capítulos, de forma alternada, descrevem os planos da Gestapo e do exército alemão, que contam com a ajuda do agente Dieter cuja missão principal é destruir a Resistência Francesa; e dos aliados, em especial o grupo das moças que passam a ser conhecidas como as Jackdaws (a missão, como já fora salientado, é invadir a França para destruir a central de comunicação).

O Dia D (6 de junho de 1944) é conhecido por ser a data em que as tropas aliadas – com mais de 300 mil homens e milhares de armamentos – desembarcaram na Normandia (noroeste da França) para por em prática o que eles chamaram de Operação Overlord. Este é considerado por muitos historiadores como o dia mais importante da 2ª Guerra, por ter sido decisivo no avanço dos aliados rumo a vitória sobre a Alemanha em 1945.

E onde entram as mulheres nisso tudo? Segundo o próprio Follet, a interrupção das comunicações foi um fator importante para o sucesso da invasão, e foram elas as responsáveis por isso. Mas por que mulheres, e como elas ficaram aptas em tão pouco tempo? Essas são perguntas que você descobrirá no ato da leitura, que inclusive está regada de aventura, deslizes, enrascadas, tortura e, em especial, pela corrida contra o tempo.

Está aí o que mais me intrigou: a importância do ser feminino, representando o valor de outras pessoas anônimas que influenciaram o destino das nações envolvidas. Além disso, Ken Follet escreve muito bem, e o pano de fundo histórico é espetacular. Mas eu subestimei demais a história e acabei não tendo minhas expectativas completamente superadas.

Em primeiro lugar, o livro não agrada facilmente até as Jackdaws entrarem no avião rumo a França, fato que acontece já mais pro final da história. Segundo, por conta do tom hollywoodiano que o enredo passa, com cenas desnecessárias e dilemas amorosos pincelados sem muita importância (bom, isso dependente do seu ponto de vista). E terceiro porque eu não consegui me envolver tanto quanto gostaria. Acontece...

Tratando-se do tema, eu prefiro O Buraco da Agulha (que narra os dias turbulentos que antecederam o desembarque na Normandia, o famoso Dia D), por apresentar tramas mais ardilosas e intrigantes. Permito-me fazer a comparação porque estamos tratando do mesmo autor e de histórias que se passam praticamente na mesma época. 

Porém, As Espiãs do Dia D é ótimo para você que está a procura de um enredo de espionagem que apresenta a mulher como peça essencial, bem como suas forças e fraquezas. Lembrar da sua importância é reviver a história, mas poucos estão dispostos a isso. Exceto por Kem Follet. Portanto, recomendo. E torço por uma adaptação cinematográfica. Perfil para isso ele tem. É sonhar demais?



3 Comentários

  1. Quero muito ler esse livro, Fran. Na verdade quero muito ler algo do Ken Follet, mas esse me chamou a atenção justamente por ressaltar o valor da mulher em um período da história em que só se fala do papel masculino. E mesmo com os contratempos da trama que você ressaltou, parece valer muito a pena. Ótima resenha.

    Beijos!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Amiga confesso que adoro ler resenhas sobre romances históricos e acho muito interessante a história ser recontada em livros como esse, mas tenho uma certa dificuldade em evoluir com essas leituras. Além disso espionagem é um tema que não me agrada. Mas enfim gostei de saber mais desse enredo e claro sua opinião é sempre bem vinda!!!
    Beijos

    Leituras, vida e paixões!!!

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  3. Está na minha lista de futuras leituras. Porém, como você disse, toda essa enrolação que há no começo do livro, pode desestimular o leitor. Espero que mesmo assim eu goste. ;)

    http://vestigiodelivros.blogspot.com.br/

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Boas sugestões e opiniões construtivas são sempre bem-vindas. Obrigada por sua visita!