Título: O Rouxinol*
Autor: Kristin Hannah
Edição: 1
Editora: Arqueiro
Páginas: 432
ISBN: 9788580414677
Nota: 5 de 5

SINOPSE: No pequeno vilarejo de Carriveau, Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma para o front. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo chegam hordas de soldados em marcha, caravanas de caminhões e tanques, aviões que escurecem os céus e despejam bombas sobre inocentes. Quando o país é tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a filha são forçadas a conviver com o inimigo ou perder tudo. De repente, todos os seus movimentos passam a ser vigiados e Vianne é obrigada a fazer escolhas impossíveis, uma após a outra, e colaborar com os invasores para manter sua família viva. Isabelle, irmã de Vianne, é uma garota contestadora que leva a vida com o furor e a paixão típicos da juventude. Enquanto milhares de parisienses fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e libertar seu país.

Comentários:

Kristin Hannah é uma das autoras que eu mais tenho satisfação em conhecer. Suas histórias são tão intensas (sempre regadas de tragédias, conflitos e sentimos diversos), que chega a ser impossível não se envolver, ou não se emocionar. É uma sensibilidade incomum, capaz de transformar a ficção em realidade. Com O Rouxinol é exatamente assim.

Na trama, as irmãs Vianne e Isabelle Rossignol são separadas ainda muito jovens, quando a morte de sua mãe acaba desestruturando toda a família. Mas, durante os conflitos iniciais da Segunda Guerra Mundial, as duas são levadas a conviver juntas, e a enfrentar, sobretudo, suas diferenças, ressentimentos e seus traumas pessoais.

Enquanto a guerra torna Vianne uma mulher cautelosa, especialmente por ser obrigada a hospedar um nazista em sua casa enquanto seu marido está no front, Isabelle parece não ter medo de entrar na guerrilha contra os nazistas. A forma como elas lidam com as nuances da guerra, em meio a um disparidade de temperamentos e princípios, geram uma série de conflitos que as separam novamente para a segurança de todos.

É desta forma que a história, predomine narrada em terceira pessoa, é contada ao leitor. Temos os fatos que ocorrem com Vianne, na cidade de Carriveau, em paralelo com os fatos que ocorrem a Isabelle, em Paris. Além disso, alguns poucos capítulos são narrados em primeira pessoa no ano de 1995, por um personagem não identificado. Só ao final é possível descobrir quem é essa pessoa, e o que ocorreu às duas irmãs após a guerra.

O livro é muito bem construído, desde os personagens até a ordem cronológica dos fatos. De repente, vemos as pontas soltas se encaixando. Até o nome do livro está fortemente ligado a trama. Além disso, o enredo é cativante não apenas pela carga de emoção transmitida pelas personagens, mas também porque ele nos dá uma noção muito intensa e verdadeira do que foi a Segunda Guerra – apresentada aqui do início ao fim.

Kristin Hannah, com sua incrível sensibilidade e escrita espetacular, trouxe amores, rancores, esperança, perdas e, principalmente, a importância da personalidade feminina em meio aos horrores da guerra. Ela foi detalhista, tanto no que diz respeito aos fatos históricos quanto às mudanças nas vidas das personagens, e ao mesmo tempo lógica em suas descrições. E é desta forma que ela transmite um mar de emoções que nos fazem viver uma realidade brutal em meio a ficção.

Mesmo sempre lendo sobre o assunto, ou conhecendo esse repugnante período da história do mundo, é impressionante como livros assim acabam nos surpreendendo tanto, seja pela capacidade do ser humano frente às suas ideologias, seja com a falta de compaixão para com o outro. Se você gosta de histórias do gênero, esse é o livro certo para você.

Aliás, recomendo a todos! O Rouxinol, através de suas duas heroínas (cada uma da sua forma), é aflitivo e real. Se tornou um dos meus favoritos. E, sem dúvidas, será um dos melhores livros ambientados na Segunda Guerra Mudial que poderá ler.


*Cortesia cedida pela Editora Arqueiro.


Um Comentário

  1. Fico encantada com a paixão que você descreve os livros da Kristin Hannah, Fran. A cada resenha sua penso "vou começar por esse", e acaba de acontecer com O Rouxinol. E como não resisto a uma boa história sobre a II Guerra, acho que de fato começarei por esse. Ótima resenha.

    Beijos!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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