Para concluir o clico de informações sobre o período das expressões acentuadas no Brasil a partir de 1881, hoje iremos falar um pouco sobre o Parnasianismo. Vale lembrar que também fizeram parte dessa época o Realismo e o Naturalismo, e que ambos os três possuem tendências antirromânticas, que se entrelaçam e se influenciam mutuamente. Vamos conferir!?

Representação do Parnasianismo. Fonte: Google.

O Parnasianismo é, em linhas gerais, o novo revestido de velho. Possui inspiração clássica, e obteve bastante repercussão no Brasil após a revolução romântica, impondo novos parâmetros e valores artísticos. O movimento propôs também que a poesia fosse mais objetiva, de vocabulário elevado, racionalista e voltado para temas universais.
Principais características do Parnasianismo:
Contenção de sentimentos; presença de mitologia grego-latina; universalismo; arte pela arte ou arte sobre a arte; distanciamento de temas sociais; objetivismo.

Os adeptos ao Parnasianismo acreditavam que apoiar o modelo clássico era o mesmo que combater os exageros do romantismo, garantindo assim o equilíbrio. No entanto, a presença do clássico na poesia parnasiana não ia além de referências a personagens da mitologia, o que resultou em um toc artificial garantindo-lhe prestígio entre as camadas letradas brasileiras.

A primeira publicação considerada parnasiana foi a obra Fanfarras, em 1882, por Teófilo Dias. Mas foram os escritores Olavo Bilac (1865-1918) e Raimundo Correia (1860-1911) os que mais contribuíram para solidificar o movimento no país, bem como definir melhor as faces do projeto. Vamos conhecê-los um pouco melhor...

Olavo Bilac foi patriota, escreveu a letra do Hino à Bandeira e dedicou-se a temas de caráter histórico-nacionalista. Sua primeira publicação foi Poesias (1888), onde já demonstrava as propostas do Parnasianismo. Apesar disso, há na produção do autor poemas amorosos de forte sensualidade. Ademais, suas obras de mais destaque são: Via Láctea, Sarças de Fogo e O Caçador de Esmeraldas.

Raimundo Correia, por sua vez, teve sua poesia representada com descontração, onde verificam-se três fases: a fase romântica, com a publicação Primeiros Sonhos; a fase parnasiana, com as obras Sonfonias e Versos e Versões; e a fase pré-simbolista, cuja linguagem apresentava mais musicalidade.

No próximo post da série Literatura no Brasil nós iremos conversar sobre o Simbolismo.
Até lá!


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Referência: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza. Conecte: literatura brasileira. São Paulo: Saraiva, 2011.

3 Comentários

  1. Acho que parnasianismo é o estilo que eu menos conhecia, Fran. Bom, obviamente ouvi falar de Olavo Bilac e Raimundo Correa mas não ter lido a respeito do gênero que mais marcaram. Por essas e outras que está sendo muito bom acompanhar essa série de postagens. Ótimo post.

    Beijos!

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  2. Olá Francielle, parabéns pela sua série de posts sobre a literatura brasileira, é sempre bom, darmos valor a nossa origem, e como sempre seus posts bem explicados.
    Dá uma passada lá no blog, tem uma indicação a você lá. ;)
    http://www.vestigiodelivros.com.br/2016/05/premio-dardos.html

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  3. Muito legal essa série de reportagens, como já devo ter falado, gosto desses assuntos só fico triste porque nas escolas (não sei como está atualmente) esses assuntos são tratados como matéria a decorar. Bom demais é quando entendemos de forma natural, com simplicidade e relacionando a história real, assim nunca esqueceremos. Estou amando relembrar os assuntos e minha época de colégio através de suas postagem. Parabéns pela ideia. Beijos

    Leituras, vida e paixões!!!

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