ATENÇÃO! O livro não fornece, a priori, nenhuma informação precisa sobre a história, nem em seu verso e nem em suas ''orelhinhas''. Por isso, se você gosta de surpresas, saiba desde já que a resenha abaixo contém alguns spoilers.


Título: O Menino do Pijama Listradp
Autor: John Boyne
Edição: 2007
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 187
ISBN: 9788535911121
Nota: 5 de 5

SINOPSE: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

Comentários:

Uma obra cuja história é pequena e impactante ao mesmo tempo. Com autoria de John Boyne, ''O Menino do Pijama Listrado'' é um romance que mostra de forma simples e emocionante a dura e triste realidade em que viviam os judeus na época da Segunda Guerra Mundial.

Seu personagem principal é o menino Bruno, de apenas nove anos. Bruno é filho de um importante comandante de Hitler, e morava em Berlim com seus pais e sua irmã mais velha, Gretel, além de vários criados.

A história começa com a mudança da família para uma pequena casa de nome Haja-Vista, fato que distancia Bruno de tudo e de todos que ele ama. A mudança, a princípio, parece difícil e complicada, já que, aparentemente, ele perdera toda a diversão e todos os amigos que possuía. Mas essa tristeza passa dar lugar a curiosidade quando o garoto descobre, através de uma janela em seu quarto, uma comunidade diferente, onde as pessoas usam pijamas listrados.

É assim que, inocentemente, Bruno decide explorar o lugar (ele adorava fazer isso em Berlim, e queria ser um explorador quando crescesse). Todavia, naquele momento, seu único desejo era descobrir o faziam aquelas pessoas.

Graças a sua exploração, ele conhece Shmuel, menino judeu que se encontra aprisionado em um campo de concentração - mesmo lugar que Bruno acredita ser uma simples fazenda. E é vivendo numa sociedade cheia de regras, e aprisionada em sua própria forma de vida, que o menino encontra em Shmuel um amigo que nunca tivera antes.

Assim é o desenrolar da história, baseado no encontro as escondidas dos dois, onde, sem perceber, eles discutem os preceitos de sua sociedade complexa na efervescência da guerra. A amizade desses meninos nunca deveria existir, mas a inocência vence a realidade e afasta os preconceitos.
''À volta toda a casa antiga de Berlim havia outras ruas com casas grandes, e, ao se chegar ao centro da cidade, havia sempre gente caminhando e parando para conversar umas com as outras, ou correndo e dizendo que não tinham tempo para parar, hoje não, não quando havia cento e uma coisas a se fazer. Eram lojas com lustrosas fachadas comerciais, e bancas de frutas e legumes repletas de bandejas em que se erguiam pilhas altas de repolhos, cenouras, couves-flores e milho. Algumas transbordavam de alho-poró e cogumelos, nabos e couves-de-bruxelas; outras estavam cheias de alface e feijões-verdes, abobrinhas e pastinacas. Às vezes ele se divertia ficando bem na frente dessas bancas, cerrando os olhos e respirando seus aromas, sentindo a cabeça rodopiar com os cheiros misturados da doçura e da vida. Mas, ao redor da casa nova, não havia outras ruas, ninguém caminhando por lá ou correndo por ali, e certamente nada de lojas, nem de bancas de frutas e legumes. Quando fechava os olhos, tudo ao seu redor parecia simplesmente vazio e frio, como se ele estivesse no lugar mais solitário do mundo. No meio de lugar nenhum.''

O livro possui uma linguagem simples e de rápido entendimento. Acredito que o autor teve o propósito de dar voz aos meninos com o intuito de mostrar suas respectivas visões frente à guerra. O interessante dessa história é que visto pelos olhos de uma criança de nove anos, tudo que acontece é normal... é uma forma inocente de vê as coisas. Contudo, vocês sabem o que realmente aconteceu naquela época... isso é o que realmente choca! O final é triste, e memorável.

A obra ganhou uma adaptação para as telonas. Com direção de Mark Herman, O Menino do Pijama Listrado emocionou também àqueles que tiveram a oportunidade de assisti-lo. Quem leu a obra antes, ou até mesmo depois, certamente deve ter notado algumas mudanças na história. Alguns pontos foram mudados, de fato. Mas o filme não deixou de ser bom. Diferente de outras produções sobre o nazismo, este, por sua vez, é sensível, emocionante e descreve bem a guerra através da visão inocente e pura de um menino. Não é só o final que é chocante, mas toda a narrativa é realmente muito boa. 

Recomendo ambos de olhos fechados!


3 Comentários

  1. E que resenha mais emocionante! Fico à imaginar: se a resenha já me motivou tanto, imagina a letura desse livro juntamente com um filme? *-*
    Linda história, e certamente, com uma colaboração cultural de ênafse histórica enorme!

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  2. Ao terminar de ler essa resenha maravilhosa, que deu a entender tudo o que se passa no livro ! Imagino como será ler o livro e ver o filme ! Certamente será muito emocionante e bem legal! *-*

    Meus parabéns essa resenha é demais!

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  3. estou louca para ler o livro. Até indiquei para que o professor passasse-o para lermos na faculdade (:, o filme é muito bom pelo menos!

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