"Naturalmente, ninguém se coloca hoje como inimigo dos livros; mas é certo que muitos se beneficiam com o fato de que a leitura nestes dias, tem poucos amigos na praça".
É esta a frase de destaque de um artigo publicado na Revista Veja, datada do dia 3 de Agosto, de autoria de J.R. Guzzo.
Com esta leitura, pude refletir ainda mais do que em outras vezes, no papel e poder da leitura acerca dos aspectos que tangem nosso cotidiano em questões de trabalho, incentivo à cultura, educação, dentre outros.
"Uma pesquisa nacional divulgada em 2008 mostra que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano. No entanto, temos ainda 77 milhões de não leitores, pessoas que não lêem ou porque o livro é caro ou porque não têm tempo ou, simplesmente, porque não gostam. A Bíblia é o livro mais conhecido pelos brasileiros, e entre os autores mais lidos estão Monteiro Lobato, Paulo Coelho, Jorge Amado e Machado de Assis".
A não leitura por parte dos brasileiros abrange um problema de alcance quilométrico: a não formação do senso crítico individual e a diminuição da capacidade de análise do indivíduo de seu próprio mundo e de seu autoconhecimento.
Já parou pra pensar o quanto há preocupação em se ter cidadãos bem informados e com boa base antropológica e social?
Pode-se observar com o fenômeno crescente da globalização que as informações e qualquer tipo de conteúdo é facilmente acessado, além de ser instântaneo. Isso proporciona muita (mas muita mesmo!) informação em pouco tempo.
Com o tempo que se possui, não há como assimilar toda essa descarga de informações, o que faz com que haja indivíduos possuidores de um conhecimento superficial. Ao mesmo tempo que sabem de tudo, não sabem nada em específico. Claro, boa parte dessa superficialidade é movida pelo desinteresse.
"... o desinteresse pelo que acontece na vida pública é pago com a multiplicação, em ritmo cada vez mais rápido, de todo tipo de parasitas dedicados a prosperar com o dinheiro do Erário."
Um não incentivo à leitura deixa esta situação ainda mais catastrófica, ao passo que acaba se absorvendo informações inúteis ao invés de se procurar pelo que há de melhor hoje em meio às tecnologias: notícias, livros, filmes, teatro, cinema, artes em geral, incluídos numa lista gigante de assuntos que podem ser aprofundados.
Há um maravilhoso livro do escritor Rubem Alves intitulado "A Alegria de Ensinar". Nele, o autor cita que a cultura atual que recebemos é somente para uma espécie de "status" social e não para a amplificação do conhecimento, propriamente. Têm-se então cidadãos que passam a não encarar desafios e por isso são tão acomadados.
Nesta mesma obra, reflete-se o papel do professor em sala de aula, como aquele que deve tornar o ambiente acolhedor e ensinar com felicidade, embora felicidade não seja uma matéria... E é esse o espírito da coisa a ser usado na questão do ensino voltado para um incentivo eficiente à leituras de diversos tipos e modalidades.
Introduzir atualidades e conhecimentos gerais nas aulas geraria um aluno que saberia fazer uma espécie de intertextualidade entre o meio que vive com aquilo que se aprende na escola, o que o tornaria muito mais interessado no ensino e obtenção de cultura. Argumentações se tornariam mais fáceis e profundas, opiniões mais sólidas, e, com isso, muitas pessoas veriam que o ato de questionar, concordando ou não, é um dos principais elementos que movem o pensamento e motivam a discussão para rumos antes não imaginados.
A leitura transforma vidas, produz e distribui conhecimento e, com a prática, te dá meios suficientes para excelente argumentação e opinião. Aí sim podemos falar em Liberdade.
Você deve estar se perguntando: o que liberdade tem a ver com tudo isso? Não é um "status" social, nem dinheiro, nem fama e poder que trarão verdadeira liberdade. Isso só se tem com o conhecimento. Sabe por que? O conhecimento é a arma mais poderosa do mundo e quando você o possui, ninguém é capaz de lhe dominar ou impôr ideias. Com o conhecimento, o mundo é seu.
Referências
Revista Veja (Edição 2228)
A Alegria de Ensinar - Rubem Alves
Incentivo à Leitura - Opinião e Notícia (http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/incentivo-a-leitura/)
Não posso falar por todos, mas eu sempre fui viciada em ler.. Já levei várias broncas da minha avó porque sempre pedia livros de aniversário, enquanto ela queria que eu pedisse roupas ou joias, coisas que ela chamava de "meninas normais querem". Rsrs. Mas, não adianta, não troco meus livros por nada!! rsrs
ResponderExcluirBeijos,
Ann .:. anngominho.blogspot.com
O conhecimento é uma fonte inesgotável, e é lamentável que o incentivo a leitura, ao conhecimento, ao saber, ainda é pouco, e não algo que estar na nossa cultura, o que mais presenciamos é a falta de interpretação das pessoas em um nível superior, dificultando assim uma progressão maior do aprendizado. Confesso, que eu nunca gostei de ler, mas com o tempo aprendi que a leitura é o que conecta com um mundo onde eu posso ousar um pouco mais, e aos poucos vou me nutrindo de algumas boas leituras. Muito bom o Artigo e o blog é sensacional.
ResponderExcluirBeijos