Olá, leitores queridos!
Hoje estou aqui com a resenha de "Elogio da Loucura", do grande filósofo e teólogo Erasmo de Roterdã ao qual me referi em meu último post.
Essa é uma das sete obras que me propus a ler para o desafio de "Sete clássicos em 2012" dos blogs Livros, Letras e Metas e Desalienando. Tanto eu como a Fran achamos a proposta interessantíssima e estamos participando animadas!
Aproveito ainda para deixar no fim da resenha algumas citações interessantíssimas do livro e que tenho certeza que vocês irão gostar! ;)
Título: Elogio da Loucura
Autor: Erasmo de Roterdã
Edição: 1
Editora: Martin Claret
Páginas: 136
ISBN: 9788572327541
Nota: 5 de 5
Edição: 1
Editora: Martin Claret
Páginas: 136
ISBN: 9788572327541
Nota: 5 de 5
Escrito na Inglaterra (1509), na casa de Thomas More, a obra trata da “louca humanidade”. Nela o autor ironiza os poderes instituídos e desnuda os sentimentos a percorrer os seres humanos em suas “forças subterrâneas”. O autor tornou-se um sátiro dos costumes e tradições que se erigiram em nome de uma postura “moralesca”, a partir da hipocrisia moral e religiosa.
Neste ensaio singular, em que a loucura é a narradora que ao longo do texto vai mostrando o quanto está presente no mundo dos homens e que, no fundo, é quem torna a vida mais branda e suportável, Erasmo critica o ensino da Escolástica, os falsos sábios distantciados da vida simples, a suntuosidade do alto clero em contraste com os ensinamentos de Cristo, a hipocrisia das instituições humanas e as guerras.
Uma das obras máximas do Renascimento, Elogio da Loucura exerceu grande influência no processo das profundas transformações que marcaram o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
Uma das obras máximas do Renascimento, Elogio da Loucura exerceu grande influência no processo das profundas transformações que marcaram o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
Em vista ao contexto histórico do livro, Roterdã pretende criticar os costumes de sua época tendo a loucura como base de seu discurso, posto que é ela quem narra a história.
A palavra “Loucura” demonstra as variantes que dão referência a atitudes humanas desprezíveis, de modo que há a possibilidade de se fazer críticas profundas acerca delas.
"É que, em geral, dizemos ser louco todo aquele que, sendo curto de vista, toma um burro por jumento, ou que, por ter pouco discernimento, considera excelente um mau poema.”
Na obra, procura sempre realçar o quanto essa atitude humana que, por vezes impensada, é que dá à vida, aos momentos e acontecimentos a verdadeira emoção, a gostosa lembrança de um ato feito no repente... Assim como acontece conosco na infância, por exemplo: tudo é felicidade, tudo é simples, qualquer paixão diverte.
Dessa forma podemos avaliar os mais variados tipos humanos, os loucos por dinheiro, loucos por poder, fanáticos de todas as espécies, jogadores, sofistas, dialéticos... Poetas e pintores, por exemplo, não são considerados tão loucos assim, pelo fato de que suas profissões por si só detém um grande número de loucuras e com essa arte, conseguem vender aos tolos produtos e serviços.
Roterdã ainda classifica a loucura em duas categorias: a loucura sã, ou seja, a loucura inteligente, perspicaz, e a mera loucura que proporciona um saber enganoso. Podemos concluir aqui que a loucura produz e mostra a ambiguidade humana, demonstrando assim a contradição ambulante em que vivemos sempre.
Erasmo ainda compreende que o conhecimento é útil e de extrema importância não para fins de dominação e sim, de forma que o indivíduo compreenda sua estrutura, a estrutura do mundo em que vive, melhorando aspectos psicológicos e vivenciais tanto consigo mesmo quanto para o próximo.
O texto como um todo se resume de modo esclarecedor, informando e analisando o aspecto da moral e hipocrisia religiosa da idade média e do Renascimento. Com um panorama das mudanças constantes e contradições que a Loucura e o contexto históricos proporcionaram, podemos avaliar então como foi se formando o pensamento atual no que se refere ao poderio da Igreja Católica.
"Tudo o que fazem os homens está cheio de loucura. São loucos tratando com loucos. Por conseguinte, se houver uma única cabeça que pretenda opor obstáculo à torrente da multidão, só lhe posso dar um conselho: que, a exemplo de Timão [filósofo], se retire para um deserto, a fim de ai gozar à vontade dos frutos de sua sabedoria"
"É que, em geral, dizemos ser louco todo aquele que, sendo curto de vista, toma um burro por jumento, ou que, por ter pouco discernimento, considera excelente um mau poema."
"É que, em geral, dizemos ser louco todo aquele que, sendo curto de vista, toma um burro por jumento, ou que, por ter pouco discernimento, considera excelente um mau poema."
“Nada mais tolo do que uma sabedoria intempestiva; nada mais deslocado do que o bom senso às avessas. Age contra o bom senso que não sabe adaptar-se ao presente, quem não adota os usos correntes e se esquece até da regra de convívio – ou bebes ou vais embora – e gostaria que uma comédia não fosse mais que uma comédia. Para um mortal, é sabedoria não querer ser mais sábio do que lhe cabe pela sorte, concordar com os costumes da multidão e participar de bom grado das fraquezas humanas. Mas, dizem, é justamente isso a loucura. Não o contestarei, desde que em troca reconheçam que assim se recita a comédia da vida.”
É isso, pessoal!
Forte abraço e ótima semana a todos!
Oi Isa :D
ResponderExcluirÓtima resenha \Õ/
É sempre bom ler esse tipo de livro ^^
Beijos ;*
Natalia. http://www.musicaselivros.blogspot.com/