Olá, queridos leitores e blogueiros! 
Estamos em mais um sábado com mais uma resenha... Continuando minha vontade de resenhar acerca de poemas trago o Drummond, um dos mais famosos e importantes poetas brasileiros e que marcou presença no Modernismo Brasileiro.

Título: Sentimento do Mundo
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Editora: Record
Edição:
Páginas: 117
ISBN: 8501039446
Nota: 4 de 5


Esse terceiro trabalho poético de Drummond traz o olhar do poeta sobre o mundo a sua volta, tendendo para um olhar crítico e significativamente político. 

"Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo, 
mas estou cheio de escravos, 
minhas lembranças escorrem
 e o corpo transige
 na confluência do amor..."

A produção dos poemas de "Sentimento do Mundo" se deu entre os anos 1935 e 1940. 28 poemas que  re tratam o contexto histórico e social da época: recuperação da Primeira Guerra  Munndial, ascensão do nazi-fascismo e no Brasil, a imposição do Estado Novo por Getúlio Vargas. O pessimismo, a descoberta do poder do homem acerca da destruição, a contestação são marcas presentes e expressivas desse mundo que acontecia.

"Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! nós te criaremos."

A divisão do livro é feita em três partes. A primeira,  Alguma Poesia, expressa em seus poemas o cotidiano, críticas sociais e cultura importada no Brasil. 
Brejo das Almas, como segunda parte, parte de um princípio também cotidiano, mas que se entrelaça com aspectos românticos apesar de realistas. 
Por fim, Sentimento do Mundo, a última parte, traz tudo junto:  a crítica, com o romantismo, com o cotidiano.

"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar".

O traço marcante de Drummond nesses poemas é o fato de que há extrema preocupação no que se refere ao rumo que as pessoas irão seguir enquanto seres humanos. Há a proposição da união, posto o individualismo exacerbado e crescente, pois só com ela é que se pode mudar algo e esse algo era a realidade triste em que se encontrava o mundo.

"...as mãos dos sobreviventes se enlaçam, 
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, 
uma inocência, um perdão simples e macio... 
Havemos de amanhecer"

Drummond sobrepõe duas visões: ao mesmo tempo em que não é otimista visualiza a esperança, mas como algo futuro. A dor e esperança se interagem nos poemas. Usando muito o "nós" é que surgirá um alento de melhora e novas possibilidades. 

Dessa forma, temas políticos, sofrimento, o mundo se corrompendo e a solidão predominam como temas, e ainda assim, Drummond faz disso lirismo, mas não perde jamais a oportunidade de criticar, de observar e ver com outros olhos o futuro que virá. 

Um Comentário

  1. que poemas maravilhosos! já havia tentado fazer resenhas sobre livros de poemas, mas não consegui. é bem difícil, já que não há um enredo propriamente dito para se criticar... parabéns por conseguir :)

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