Cedido pela própria autora para resenha no blog, os comentários de hoje estão direcionados a um enredo fantástico. Alguém aqui curte?


Título: Annástria e o Príncipe dos Deuses (Annástria: Livro I)
Autor: Selène D'Aquitaine
Edição: 1
Editora: Ícone
Páginas: 352
Nota: 4 de 5


Quando o gênero fantástico é posto em questão, nomes como J.K. Rowling, George R. R. Martin e J. R. R. Tolkien vêm logo a mente. Talvez seja porque eles são os mestres, verdadeiros ícones do mundo fantástico. Adentrar neste universo, no entanto, não é um trabalho simples. O autor precisa ter consigo um teor considerável de criatividade e originalidade para saber agradar o público leitor que a cada dia anda mais exigente. Selène D'Aquitaine, escritora de Annástria e o Príncipe dos Deuses, primeiro livro de uma trilogia, apostou em sua capacidade de inventividade. E isso, confesso, resultou em um enredo mais rico do que eu imaginava.
Annástria é uma das dimensões mais evoluídas entre as sete principais, governada pela Deusa Memória e pelo Deus Zolum. Reza uma profecia que o filho primogênito dos Grandes Deuses (neste caso o Rorek) estava destinado a trair sua família, unindo-se a deusa das Trevas, Satine. Esta, que também é irmã de Memória, representa o mau, e seu único objetivo é dominar todas as dimensões existentes, rompendo com o equilíbrio. A profecia revela ainda que o filho do Rei (Strauss, irmão mais novo de Rorek) será o salvador. Recebendo o nome de Darin, o primogênito do Rei (que é um anjo) tem as penas de suas asas cortadas e espalhadas por vários reinos. Para salvar Annástria, que começa de fato a se afogar nas Trevas, Darin precisa recuperar todas as suas penas antes que Satine o faça, pois elas representam a sua alma, e sem as mesmas ele poderá não ter força o bastante para cumprir sua missão. Para isso ele vai contar com a ajuda de Impar, uma feiticeira que de alguma forma misteriosa está especialmente ligada a ele.

Baseado na sinopse do livro eu tentei explanar acima (da forma mais resumida possível) sobre o que estamos tratando. Confuso? Sim, talvez até seja. No entanto, em meio à leitura, todas as confusões serão digeridas caso o leitor se doe e se disponha a fazer uma leitura cautelosa. Percebi que isso seria necessário porque em alguns pontos eu me perdi entre as palavras, e precisei voltar para assimilar com precisão. Mas, calma! Isso tem uma explicação...

Com um prólogo, cinquenta capítulos (não muito extensos) e um epílogo, Annástria e o Príncipe dos Deuses é dotada de uma história extremamente rica. Não apenas em personagens, mas em fatos, em cenas, em historias... ela é diversa. Estamos lidando com um mundo fantástico que envolve deuses, magos, elfos, ninfates, feiticeiros, criaturas das trevas, obsessores, monstros e mais tantos outros seres. Eles dizem respeito às outras dimensões, também, já que o desenrolar do primeiro livro não se passa somente em Annástria. Graças à busca de Darin e Impar pelas penas, nós – leitores – pudemos acompanha-los por reinos extremamente diferentes, com criaturas novas e impressionantes. Interessante destacar também que mesmo com a diversidade de personalidades, Selène não se perdeu de modo algum. É óbvio que alguns têm uma aparição rápida, e nem todos possuem muito destaque, mas foi o suficiente para agradar de um modo satisfatório.

A obra é narrada em terceira pessoa e infelizmente possui alguns erros de impressão, além de algumas repetições que a meu ver são desnecessárias. Nada extremo, mas que eu não poderia deixar de citar. Garanto ainda que isso não me atrapalhou diretamente. Gostaria de comentar também, inclusive, um fator muito positivo que no meu caso contribuiu muito para uma leitura mais segura: a autora disponibiliza um guia de personagens, de artefatos, de lugares e de seres no final do livro. É possível se encontrar e matar a curiosidade sobre o que está sendo mencionado.

O gênero fantástico, embora eu aprecie com muito gosto, ainda não é o meu forte. Adoro temáticas fictícias e seres surreais, mas são poucos ainda os que li com esse exato direcionamento, como o de Annástria. Todavia, surpresa me definiu, e ansiosa eu confesso estar para o próximo volume, mesmo que este primeiro tenha ofertado um desfecho um pouco tíbio aos meus olhos. Torço pela evolução da trilogia, pois, acredito, ela ainda tem muito a nos oferecer. Ah! E Darin está longe de ser meu personagem favorito... Impar, que é a dona (digamos assim) do prólogo, ainda vai dar muitos motivos para que meus sentimentos sejam aflorados em meios as leituras que se seguem...

Indicado para os amantes da leitura fantástica. Embora eu queira dar 'bom' como nota, um 'muito bom' torna-se o digno graça a esperteza da autora. E, olha, os escritores nacionais andam cada vez mais surpreendentes em termos de criatividade. Dê uma chance a eles você também!


 Boa? – perguntou – Será mesmo? O que é ''Bom'' e o que é ''Ruim'': A definição é muito volátil! A Natureza não é totalmente boa ou má... ela é ambas ao mesmo tempo, ela é única. Bom ou Ruim... são só idealizações. Nada é totalmente bom ou totalmente ruim. Ao mesmo tempo em que a Natureza dá frutos fartos e nos ampara em seu seio... ela é má, capaz de criar tornados, furacões que são destruidores. Ao mesmo tempo que ela é Mãe e tudo nos provê, ela é a Morte e tudo pode nos tirar. Os humanos são muito tolos em pensam que dominam coisa alguma! [...]
Pág. 154

6 Comentários

  1. Eu não conhecia esse livro, mas como eu adoro literatura fantástica, acho que vou gostar bastante deste livro, ele parece ser bem interessante. Adorei a resenha, ficou ótima.
    Beijos.

    http://palavrasdeumlivro.blogspot.com.br/

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  2. Eu já conhecia o livro, mas um livro de literatura fantástica não é o que eu to procurando agora, por mais que eu adore essa temática.
    Adorei a resenha, Fran!

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  3. Oie Francielle!
    A autora do livro tem como nome real "Adriana" certo?
    Bem, já vi dois livros dela, antigos eu acho, e fiquei bem interessada! Mas confesso que esse não me causou interesse algum...!
    Ótima resenha, os autores nacionais estão cada vez nos surpreendendo mesmo, mas talvez seja só esse livro!

    Bjs,
    Ariane;)

    PS: Desculpe a imeeensa demora em responder seu comentário!

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  4. Oi, Fran.

    Assim como pra você, para mim, a literatura fantástica não é o último biscoito do pacote. Gosto de algumas histórias, mas não as tenho por favoritas. Só pra você ter ideia, eu nunca li Harry Potter - absurdo? Hehe! Agora, eu gosto muito de As Crônicas de Nárnia, vai entender... =)

    Beijos,

    Isie Fernandes - de Dai para Isie

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  5. Também não conhecia esse livro e provavelmente não me interessaria por ele, mas lendo a sua resenha agora fiquei com vontade de dar uma chance (:

    Bj;*
    Naty.

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  6. Olá :)

    Parabéns pela resenha, Fran!
    Tenho que concordar contigo, quando logo ao final da resenha você diz que os autores nacionais estão evoluindo, e estão mesmo! Este ano li vários livros nacionais e comprovo essa afirmativa!

    Voltando ao livro, a sinopse é mesmo bem confusa ao meu ver, mas me interessei pela trilogia!

    Beijos ;*
    Naty do blog Entre Livros e Livros
    http://musicaselivros.blogspot.com.br/
    No AR: Resenha do livro Contos de Meigan, aguardo sua opinião por lá ((:

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