O Universo realizou recentemente uma entrevista muito bacana com a autora nacional Julianna Costa. Saiba mais sobre ela conferindo nossa conversa abaixo.



Universo: Conte-nos um pouco sobre você e sobre sua relação com a escrita. Como tudo começou?
Julianna Costa: Eu acho que todo escritor começa com um leitor e, no meu caso, não foi diferente. Desde muito nova eu sempre li muito. Comecei escrevendo poesias e contos. Com o tempo eu conheci o RPG (Role-Playing Game) que é um jogo que exige muita imaginação e criatividade, e foi com isso que eu comecei a escrever ''pesado'' mesmo.

Universo: J.K. Rowlingm J.R.R., Stephen King e George Orwell são os nomes que mais te inspiraram desde cedo. Mas porque eles? O que te levou a lê-los?
Julianna Costa: Meu pai! (risos). No natal do ano que eu aprendi a ler, meu pai disse a toda a família que eu só poderia ganhar livros de presente. Ele é assim: sempre estimulou muito a leitura, e uma leitura bem diversificada. Mas esses autores são alguns dos que realmente me encantaram. Eu acho a fantasia um dos estilos literários mais ricos, e eu sempre tive um ''quedinha'' pro lado do horror também (risos) o que, acredito eu, explica o meu gosto pelo King.

Universo: A quadrilogia A Idade de Sangue é o seu primeiro projeto como escritora, ou você já tinha algumas ideações sólidas? Há algum enredo em mente para uma futura publicação?
Julianna Costa: É o primeiro trabalho que eu publiquei. Mas tenho outros prontos e vários outros ainda em produção. Tenho muitos enredos em mente. Muitos mesmo. É só uma questão do que escrever primeiro (risos). Mas acho que o próximo que vou encaminhar para a editora é a minha versão do apocalipse zumbi. Vai seguir o mesmo estilo da Idade do Sangue: não vai ter um personagem principal, mas vários grupos diferentes interagindo.

Universo: Quanto tempo Agnus Dei levou para ser escrito? Para a concretização do primeiro livro foram necessárias muitas pesquisas e consultas a outras histórias como referências?
Julianna Costa: Eu passei entre cinco e seis anos desenvolvendo a história completa. Por fim resolvi dividir em quatro partes. Escrevendo, mesmo, foi aproximadamente um ano para o primeiro livro, e o segundo (que está quase pronto) já estou escrevendo há mais ou menos esse mesmo tempo. Pesquisas foram muitas (risos). Além da internet – que é uma ferramente incrível para isso – eu tinha uns oito livros ao meu lado todo o tempo enquanto escrevia. Da Bíblia ao Livro dos Vampiros de J. Gordon Melton, fundador do Instituto para Estudos de Religiões Americanas, eu li tudo. Isso sem contar os mapas... tantos mapas... (risos).

Universo: Atualmente, qual o seu maior desafio como escritora independente? Como funcionou o processo de ingressão no mercado literário?
Julianna Costa: O primeiro desafio inicial foi conseguir publicar e divulgar o livro. Mas agora que – ainda bem (risos) – essa etapa já foi ultrapassada e eu já consegui alguns contatos bem interessantes, acho que o maior desafio tem sido tempo. Conciliando diferentes atividades, às vezes, sobra pouco tempo pra escrever. E quando eu não consigo escrever com alguma freqüência, eu acabo ficando ansiosa e aí vira um ciclo vicioso! (risos).

Universo: Agnus Dei tem referencias bíblicas sem apologia alguma. O que te levou a incrementar a história de uma forma tão polemica?
Julianna Costa: Confesso que a ideia não foi criar qualquer polêmica (risos). Se ela surgiu foi completamente não intencional. Quando eu ainda estava na fase de preparação da trama, algumas organizações e alguns personagens se fizeram necessários para que eu pudesse montar as coisas do jeito que eu queria. Aí eu montei o cenário, joguei os personagens lá dentro e esperei para ver o que acontecia! (risos)

Universo: Como você ministra seu tempo para escrever? Exerce, além disso, alguma outra atividade?
Julianna Costa: Apesar de não praticar, eu sou advogada. Me formei há pouco tempo, e estou estudando para alguns concursos específicos de áreas que me interessam. Se eu pudesse viver só de escrever seria o cenário ideal. Mas o mercado é muito competitivo e tem pouco espaço para novos autores nacionais. Então, eu não tenho ilusões megalomaníacas, não, sabe? (risos) O plano é escrever, mas não confiar só nisso.

Universo: Como escritora você possui algum sonho? Se sim, pode nos contar?
Julianna Costa: Um Nobel e um filme (risos)! Brincadeira! Acho que meu sonho é conhecer George Martin. Apertar a mão dele e dizer ''me ensina''.

Universo: Qual o conselho que você dá àqueles que desejam tornar-se autores com ingressão e reconhecimento verossímil no mercado literário?
Julianna Costa: Paciência e determinação, sabe? As coisas demoram pra acontecer, e às vezes elas demoram muito mesmo e você chega a pensar em desistir. Mas tem que ter calma. Confiar no trabalho que você produziu e ir em frente. Lembrar que até grandes autores como a própria Rowling e o King tiveram seus manuscritos recusados em diversas ocasiões. O segredo é não se desesperar.

Universo: Gostaria, por favor, de deixar uma mensagem para os leitores do blog?
Julianna Costa: Leiam muito e escrevam sempre que tiverem tempo. Eu sei que existem coisas melhores que literatura, mas acho que não são muitas! (risos)
Querendo falar comigo sobre algo que gostou ou detestou no meu livro, sobre o livro de outra pessoa, sobre um livro que você tá escrevendo e quer ajuda, sobre um filme que você viu essa semana ou sobre o clima: meu email é juliec.costa@gmail.com , meu facebook é http://www.facebook.com/ju.costa.7967 e meu twitter é @JuCosta_Fantasy . Pode ficar a vontade pra me adicionar, que a gente bate um papo. Beijos pra todos!


Para conferir a resenha do primeiro livro de Julianna Costa basta clicar AQUI
Até a próxima, pessoal!

9 Comentários

  1. Adorei a entrevista! Não conhecia a autora, mas achei ela muito simpática. Fiquei ainda mais interessada no livro dela, o que você resenhou, o Agnus Dei.
    Beijos.

    http://palavrasdeumlivro.blogspot.com.br/

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  2. Onw *-*, essa Ju é muito da simpática, IEORIEOIREO³, a tenho como parceira, estou me deliciando com o livro dela! *-* É bom demais.
    A Ju é uma pessoa muito gente boa, tive oportunidade de conversar com ela e ela realmente merece sucesso com seus livros, ela escreve muito bem. Consequentemente, tornei-me fã, adoro escritores brasileiros de literatura fantástica/terror, é raro que eles sejam reconhecidos como merecem porque esse gênero não é tão procura mais. Fiquemos então torcendo para que cresça e que o livro da Ju possa encantar algumas pessoas, quem sabe, atrair mais leitores também.
    Adorei a entrevista, parabéns *-*

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  3. Curti muito a entrevista.
    E que super novidade, hein, um livro de apocalipse zumbi! Aguardarei.
    Enquanto aos atuais, ainda não conhecia.

    Lucas / Era uma vez

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  4. Nossa, que legal. Não conhecia essa autora.
    Zumbis? Sem personagens principal?
    Preciso ler esse livro agora, onde compra?! haha
    Adorei a entrevista.
    Beijinhos,
    fulanaleitora.blogspot.com.br

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  5. Oi flor, adorei a entrevista, não conhecia a autora e nem as obras dela, mas deu pra perceber que ela é muito simática e se dedicou muuuito às obras, poxa, 6 anos escrevendo a série? E mais de oito livros ali do lado como referência incluindo a bíblia? Nossa, isso sim é que é amor, sem falar nos mapas né. Fiquei com vontade de ler algo dela só por causa disso agora, uma obra tão bem pesquisada deve ser ótima não é?
    Ótimo post.
    Dá uma passadinha lá no blog?
    Beijos.
    Caroline,
    http://comaliterario.blogspot.com.br/

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  6. Adorei a entrevista, não a conhecia.
    http://leituramagnifica.blogspot.com.br

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  7. Amei a entrevista. A Ju parece ser bem legal, até já pedi a amizade dela no facebook e a segui no Twitter. Quem sabe a gente faz parceria depois...

    É, escritor trabalha muito mesmo. E já sinto essa pressão, sabe? Como se eu estivesse demorando demais para publicar, mas, enquanto o tempo passa, vou trabalhando, perseverando, acreditando que meu momento chegará.

    Beijinhos, Fran!

    Isie Fernandes - de Dai para Isie

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  8. Não conhecia a Juliana, Fran, e gostei muito dela. Tipo, ela é muito simpática *--* E gostei também da entrevista, tu fez boas perguntas e não ficou igual a de todo mundo, com perguntinhas clichês! Curti mesmo.

    Gislaine,
    atualizado, comenta?
    Jeito Inédito

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  9. Concordo: Para escrever, tem que gostar de ler. É uma via de mão dupla.
    Se um dia ela conhecer o Martin podia gravar a lição dele, né? O cara Maaaaanja!

    Enfim, adorei.

    Beijo!
    www.milalices.com.br

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