Em parceria com a Fabiane Ribeiro, trago a resenha de mais uma das obras da autora cedida para mais comentários aqui no blog. Portanto, apreciem!

Título: A gente ama, a gente sonha
Autor: Fabiane Ribeiro
Edição: 1
Editora: E-book
Páginas: 260
Nota: 4 de 5


''É como se o passado vivesse em cada pedacinho do presente, torturando-nos com a ideia de que as coisas poderiam ser diferentes...''
Pág. 93

''A Gente Ama, A Gente Sonha'', livro da autora Fabiane Ribeiro, trata-se de uma distopia de cunho reflexivo, onde a questão pautada é a humanidade e o futuro da mesma, àquela que muitas vezes nos limitamos a enxergar.

SINOPSE: Num futuro distante, em que a humanidade é completamente diferente daquela que conhecemos, Vanessa depara-se com situações para as quais foi treinada a não se importar: morte, fé, família, amor. Uma mensagem vinda do ano de 2012 é apenas o começo das mudanças em sua vida, que se intensificam quando ela começa a sonhar livremente, o que também era proibido. Em uma narrativa sobre a reinvenção do homem do futuro, dos valores e do mundo, A gente ama, a gente sonha, é um misto de ficção futurista com os dramas atuais da humanidade, que, apesar dos esforços, nunca mudam. As perdas e os sonhos irão levar Vanessa a descobrir um mundo novo e a resgatar sentimentos escondidos em seu peito. Descobrir quem é o rapaz misterioso dos seus sonhos é apenas um de seus problemas, quando, na verdade, amar é o maior crime que ela poderia ter cometido.

A 'cidade que nunca dorme' é comandada pelo Maquinário (uma espécie de governo), e está dividida entre as classes M (miseráveis) e P (pobres), R (ricos) e E (extremamente ricos). Nela, o céu é alaranjado, o ar está contaminado, as mortes são frequentes, os sentimentos não são permitidos e as máquinas tomaram conta da nação. Estamos em um futuro diferente, carregado, totalmente controlável e apocalíptico. Agora as pessoas são vistas como objetos, e tudo que foi vivido pelos antigos (neste caso, nós) são vistos como crimes.

Esta é a terceira narrativa da Fabiane que leio, e como da primeira vez, estou impressionada com a qualidade da escrita. A peculiaridade imposta na narração é outro artifício da autora, que de uma forma singular nos levou a futuro distópico e cheio de deficiências. Imperfeições estas que até o momento são dificilmente abordadas, ou discutidas. Quando falamos em 'fim de mundo' a primeira ideia que vêm à mente é o que diz respeito a destruição total do planeta, uma explosão solar, ou um dilúvio, por exemplo. Talvez porque nas produções cinematográfica isso é o que tem sido abordado. Mas quando eu penso em fim de mundo a percepção que tenho é que não é exatamente o mundo que irá se destruir, mas sim as belezas naturais e tudo aquilo de importante que não damos o devido valor. Com esse livro pude firmar este pensamento, pois vi seres humanos sem sentimentos, infelizes, que vivenciam um mundo onde as máquinas comandam, quando são sujeitos à morte por questões tão básicas, como o ar poluído.

Por isso a obra carrega um cunho reflexivo, pois põe o leitor em uma situação diferente, de difícil trato. O bacana ainda foi usufruir da leitura sem saber o que esperar... é tudo muito imprevisível e subjetivo. As noções até existem, mas não se sabe muito bem o que esperar. Além disso, gostaria de destacar o fato da referência que nós, do século atual, temos em A gente ama, a gente sonha. Somos os antigos, os sortudos com ar puro e com as riquezas naturais a nossa disposição. Temos liberdade, sentimentos, livre expressão e escolha para qualquer coisa. E, embora nosso mundo seja intitulado como quase perfeito e harmonioso, não é isso que vemos, pois sabemos dos dramas e dos problemas existentes, e alguns até lutam por questões sociais plausíveis, mas de fato muitas situações parecem não mudar.

O livro possui capítulos não tão extensos, mas também não é nada muito breve. Inicialmente algumas repetições conceituais são feitas – acredito que para ser frisado com o que estamos lidando –, e há alguns momentos mais dramáticos e mais lentos, também. É uma obra com muitos quotes maravilhosos e impactantes, devo acrescentar. Os personagens (humanos e máquinas) são característicos... é tanto que chega a ser difícil crer que os sentimentos não são permitidos, ou que eles de fato não existem. E há questões enfatizadas como a valorização do mundo, da fé, do amor, da esperança.

Enfim. Indico a obra para quem estiver procurando um enredo futurista, diferente, pensante, que trata da tecnologia excessiva como uma possível consequência. Trata-se de uma distopia, também, mas seu principal foco é o drama da atualidade dos personagens, portanto, aqui vai a dica. Mas não esperem demais, pois a cidade que nunca dorme é trágica, e triste.


''O medo que lhe fora incutido ao longo de sua existência de qualquer contato com objetos oriundos das partes desprotegidas da cidade ecoava em sua mente. A poluição era um monstro que consumia vidas e que havia impregnado tudo o que vinha de fora das redomas.
Pág. 27

13 Comentários

  1. Nunca tinha visto distopias nacionais, legal saber que os autores também estão investindo nesse gênero. Sou louca para ler os livros da Fabiane, muita gente fala super bem da narrativa dela e quero muito poder apreciar. Adorei a premissa do livro, parece ser muito bom (:

    Adorei a resenha!

    Beijo;*
    Naty.

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  2. Olá, gostei do post. Fiquei com vontade de ler o livro. É sempre bom ter algo reflexivo para ler.

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  3. Oi!
    Eu sou parceiro da autora e ainda não tinha lido uma resenha sobre esse livro dela. Concordo que a narrativa da autora é muito singular e até mesmo singela. Acredito no potencial dela e espero ler outros livros da mesma.
    Parabéns pela resenha!
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  4. Olá!
    O livro parece ótimo, embora a capa seja meio... vaga demais, eu acho. Não sei se estou preparada para algo trágico agora hehehe
    Parabéns pela resenha!
    Beijos

    Andressa
    http://umdiaacadalivro.blogspot.com.br

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  5. Oi, Fran (:

    Parabéns pela resenha!
    Eu já havia visto esse livro, só que não sabia muito bem do que se tratava :/ Uma pena. Em breve lerei esse livro, além de outro que tenho aqui da mesma autora para ler.

    Abraços.
    Entre Livros e Livros.
    musicaselivros.blogspot.com

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  6. Livros que nos fazem refletir nossas atitudes e conceitos sempre são bem vindos. Temas futurista quase sempre me agradam. Ou seja, esse livro parece ser um prato cheio! Amei sua resenha, mesmo.

    Carlos Magno
    http://cantinadolivro.blogspot.com.br/

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  7. nossa fantástico já havia ouvido fala muito bem desse livro mais nunca foi procurar. mais depois dessa tua resenha rsrs só deixou ainda mais vontade de comprar ele. amei
    Da uma passadinha no meu blog ?
    -> Estilo 4 U

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  8. Oi Fran!!! Bela resenha de "A gente ama, a gente sonha"...pareçe ser um livro realmente encantador.
    A Fabi realmente tem o dom de escrever, tive a oportunidade de ler um dos seus livros - corações em fase terminal - e simplesmente adorei.
    O modo como a autora nos faz refletir sobre a vida e algumas de nossas atitudes é fantástico...eu já virei fã da autora ;)

    Abraços
    Ronaldo Gomes
    livrosobrelivro.blogspot.com

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  9. Gostei bastante da premissa, parece ser um livro ótimo para se ler quando quere saber a que ponto o ser humano é capaz de chegar ^^

    Beijos.
    Guilherme.
    http://umcompulsivoleitor.blogspot.com.br

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  10. Oi! Não conhecia esse livro da Fabiane, mas o enredo chamou bastante a minha atenção, o livro parece ser interessante. E parabéns pela resenha, ela ficou incrível.
    Beijos.

    http://palavrasdeumlivro.blogspot.com.br/

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  11. Nahim... a capa desse livro é muitoooo show! Eu gostaria muito de ler, mas não leio E-book e quando tive oportunidade só tinha essa opção.^^ Adoroo distopia.
    Beijinhos!
    Paloma Viricio- Jornalismo na Alma

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  12. Amei a resenha ,muito obrigada, parece ser um livro interessante, leirei muuuito ...

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  13. A resenha despertou minha curiosidade. Vou conferir. Abço .

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