Livro cortesia cedido pela editora para resenha no blog. Vejamos sobre o que se trata...


Título: A Travessia
Autor: William P. Young
Edição: 1
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
ISBN: 9788580411089
Nota: 3,5 de 5


Quando falamos em William Paul Young, logo vem a mente o seu sucesso editorial intitulado de A Cabana, idolatrado por muitos devido ao seu formato reflexivo, e questionado por outros pelo mesmo motivo. Com uma temática semelhante e uma proposta que firma uma ideia já pré-sugerida antes, Young no presenteia com mais um enredo de cunho denso. A Travessia, lançado recentemente pela editora Arqueiro, dá a oportunidade de pensarmos sob novas perspectivas acerca das muralhas que nós próprios construímos durante nossas vidas.

O livro nos conta um pouco sobre a história de Anthony Spencer, um multimilionário egocêntrico que, graças a um derrame cerebral, entra em coma profundo. Quando ele acorda, se vê em um mundo surreal habitado por um estranho, que descobre ser Jesus, e por uma idosa aquém chama de Vovó, que é o Espírito Santo. À sua frente se descortina uma paisagem que lhe revela toda a mágoa e a tristeza de sua vida terrena. Jamais poderia ter imaginado tamanho horror. Debatendo-se contra um sofrimento emocional insuportável, ele implora por uma segunda chance. E sua prece é ouvida! Tony acaba sendo enviado de volta à Terra, onde viverá uma experiência de profunda comunhão com uma série de pessoas, e terá a oportunidade de reexaminar a própria vida. Nessa jornada, precisará enxergar através dos olhos dos outros e conhecer suas visões de mundo, suas esperanças, seus medos e seus desafios.

Eu não tive a oportunidade de resenhar A Cabana aqui no Universo, mas posso afirmar que é um livro intenso, carregado de emoções e pensante do início ao fim. Young foi astucioso ao criar um enredo tão profundo, e não errou quando tentou fazer o mesmo com A Travessia, pois a temática, quando bem explorada, torna-se instigante. Talvez seja errado comparar as obras, até porque eu não costumo fazer isso, mas em determinadas situações e características elas são tão semelhantes, que é difícil não confrontar ambas (quem as leu sabe exatamente o que quero dizer). 

Mesmo tendo lido A Cabana há uns três anos mais ou menos, nunca esqueci o que a leitura me proporcionou, tanto em termos de sentimentos como de impressão e ponderação. Infelizmente, não senti o mesmo com o livro atual. Ambos possuem questões pautadas que desafiam o leitor a questionar-se sobre suas ações, sua fé, seus preceitos, e ambas conseguem extrair do leitor sua mais pura essência, mas em A Travessia eu não consegui sentir os meus anseios serem extraídos, apesar da leve comoção que o enredo proporciona.

Volto a mencionar que eu não quero comparar os livros do Paul, muito embora eu já tenha feito isso, provavelmente. Talvez essa minha percepção se deva por já ter lido um livro com o mesmo direcionamento e ideia, e que em minha opinião é insuperável. Em outras palavras, para quem já leu "A Cabana", a narrativa dos personagens espirituais soa um tanto repetitiva, apesar destes serem descritos de forma diferente, e isso com certeza implicou na bagunça que se encontra a minha mente.

Apesar dessas pequenas observações – e que fique claro que em momento algum eu deseje mensurar a obra –, recomendo-a com muito gosto, principalmente para quem ainda não leu o primeiro livro do autor. Você irá deparar-se com uma narrativa fraterna, que trata de amor, compaixão, relação com o próximo e beneficência.  Se você já leu A Cabana, no entanto, não espere demais. São distintos, com histórias diferentes, mas que de certo modo estão interligadas, portanto, apenas leia e se deixe levar. Garanto que, tanto um como o outro, tem um poder transformador. Este, em especial, não impõe ou doutrina, mas faz com que sejamos capazes de nos avaliarmos através da pessoa de Tony. E isso, meus caros, já é motivo o bastante para a realização dessa leitura.


- Justo? - resmungou Vovó. - Essa é boa. Anthony, não existe nada de justo em um mundo imperfeito, cheio de pessoas imperfeitas. A justiça tenta ser justa, mas falha em cada uma de suas tentativas. Nunca há nada de justo na graça ou no perdão. Punições jamais trazem justiça. Confissões não tornam as coisas justas. A vida não é uma questão de oferecer a recompensa pela justa pelo desempenho correto. Contratos, advogados, doenças, poder, nada disso está interessado em justiça. Talvez seja melhor retirar essas palavras mortas de suas línguas e se concentrar em palavras vivas, como misericórdia, bondade, perdão e graça. [...]
Pág. 101 

18 Comentários

  1. Eu já lli A Cabana, e mesmo antes de ler esse post, imaginei que A travessia tivesse algumtipo de semelhança com A cabana, nnao sei pq imaginei isso.
    Nao fiquei tao curiosa quanto fiquei quando descobri A cabana. mas quem sabe um momento eu tento ler..
    http://anamenires.blogspot.com.br

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  2. Tenho A Passagem HÁ SÉCULOS na estante, mas ainda nem peguei para dar uma folheada!
    Posso ver a grande estória que estou perdendo!
    Beijos,
    Vinícius - Livros & Rabiscos

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  3. Oi!
    Não pretendo MESMO ler esse livro. Já li "A Cabana" e detestei. Não gostei da história, da narrativa e nem muito menos do enredo.
    E esse por ser do mesmo autor e por ter uma história que não me agrada, nem me atrevo a comprar.
    Parabéns pela resenha!
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  4. Que legal, parece ser bem interessante :)
    www.espacegirl.com

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  5. Interessante a resenha. Nunca li nada do Young e não tenho vontade, por enquanto, mas muitas pessoas falam muito bem de seus livros.

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  6. Oi, Francielle!

    Já li A Cabana, achei o livro mediano e que me prendeu em poucos momentos, me deixou tonta com sua descrição espiritual e um pouco irritada com a mensagem que gritou das páginas para mim. Não foi um livro ruim, mas também não foi uma experiência exatamente boa, portanto não penso em ler outro livro do autor tão cedo - principalmente agora que tenho a certeza que o livro segue a mesma "fórmula"

    Gislaine Alves
    atualizado, comenta?
    Jeito Inédito

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  7. Ainda não li nenhum livro desse autor, mas esse em especial me chamou bastante a atenção ^^

    Beijos.
    Guilherme.
    http://umcompulsivoleitor.blogspot.com.br/

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  8. Adorei a sua resenha e esse livro parecer ser bom, eu ainda já tinha ouvido falar dele.
    Ainda mas com o escritor que fez a Cabana né.
    Beijinhos
    conversando-com-a-lua.blogspot.com.br

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  9. Sou fã assumido do livro "A Cabana" e meu maior medo é não ter em "A Travessia" a mesma afeição. Pegando a observação da sua resenha, acho inevitável não comparar as tramas, mesmo quem não leu uma das duas. Com receio ou não, em breve estarei lendo A Travessia.

    @carlosmagno_ecb
    http://cantinadolivro.blogspot.com.br

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  10. Oi, Francielle (;
    Parabéns pela resenha. Mesmo que muitos tenham lido o livro A Cabana eu ainda não li, da mesma forma A Travessia mas os mesmos estão na minha lista de leitura.

    Abraços.
    Entre Livros e Livros.
    http://musicaselivros.blogspot.com.br/

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  11. Ainda não li A Cabana e nem A Travessia, mas agora fiquei com vontade de ler os dois. :)

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  12. Olá
    Gostei da resenha, mas não faz muito meu tipo de livro, pelo menos não agora.
    Beijos

    cocacolaecupcake.blogspot.com.br

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  13. Fran, eu não li "A Cabana" por ter a impressão de que o livro carrega consigo um fervoroso sentimento de devoção e religiosidade. Particularmente falando, por ter uma doutrina meio cética, acredito que a história não surtiria os efeitos esperados em mim.
    "A Travessia", pelo que deu para notar em sua ótima resenha (ótima mesmo), segue uma linha parecida. E achei suas comparações bem válidas, viu? Às vezes fazem muito bem a uma crítica. rs
    Não é um livro que eu leria com muita vontade, mas estou sempre nascidas às eternas novidades do mundo, como diria, mais ou menos, Fernando Pessoa. rs
    Beijo!

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  14. Oi Fran!!!
    Concordo com o que você falou, apesar de ser um livro espetacular, "A Travessia" não chegou nem perto do efeito que "A cabana" me causou. Não que o livro não tenha superado minhas expectativas - ele superou - só que não foi tanto quando o primeiro.
    Achei que o autor usou da memsa linguagem e quase que, mesma linha de raciocinio de "A Cabana", desvencilhando a imagem que muitos tem de Deus. Mas gostei muito do livro.
    Bela resenha!!!

    Abraços
    Ronaldo Gomes
    livrosobrelivro.blogspot.com

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  15. Quero ler! *-*

    Bom fds! beijos
    Novos posts:
    http://maybe-i-smiled.blogspot.com.br/
    http://dicionario-feminino.blogspot.com.br/

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  16. Depois de ter lido "A Cabana" achando que era uma coisa e encontrei outra TOTALMENTE diferente, não me arrisco mais a ler os livros do William P. Young =|

    http://autoracarolinaribeiro.blogspot.com.br/

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  17. Oiii..
    Acho que não conseguia comentar aqui porque não tem a opção de por Nome/URL (ou comentários em anônimos), mas agora acabei criando um blog por aqui e posso, rs!

    William Young. Ótimas recordações. Sim, por causa de A Cabana. AMEI! <3
    Fiquei ansiosa para ler este livro!

    Gostaria de saber se aceita parceria!
    Espero sua resposta.

    Beijos
    luizando.blogspot.com

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