Oi pessoal, tudo bem? Aproveitaram muito o feriadão? Eu vou aproveitei para estudar, porque as provas estão chegando. Enfim... e por falar em provas, esse mês resolvi falar de um movimento literário mesmo, ao invés de um gênero. Trata-se do Pré-Modernismo.


Literatura em Movimento: coluna que consiste em apresentar, argumentar e discutir de forma opinativa sobre os mais variados gêneros e movimentos literários existentes. 
Será ofertada mensalmente pela Rafa.



HQ baseada no clássico de Euclides da Cunha.

O Pré-Modernismo no Brasil: ''O pré-modernismo em nossa literatura compreende o período cultural que vai dos primeiros anos do século XX até 1922, quando ocorreu a Semana de Arte Moderna, marco que assinala o início do Modernismo no país. O Pré-Modernismo não constitui uma escola literária, mas um momento de transição entre a tradição literária do século XIX e sua ruptura radical, proporcionada pelo advento do modernismo.''  [...]  ''São considerados pré-modernistas alguns escritores cujas obras destoam de nossa produção literária do início do século. Esta refletia uma mensagem artística ainda ligada ao século XIX, e na qual os ecos do Realismo-Naturalismo na prosa e do Parnasianismo-Simbolismo na poesia não contribuíam para criações significativas. Em vez disso, tínhamos uma literatura superficial, servilmente submissa a modelos europeus já superados, aliena das questões nacionais. Tal produção foi significativamente caracterizada por um dos seus representantes, Afrânio Peixoto, como 'literatura sorriso da sociedade'. Em oposição a este cenário dominante, convencional e conservador, os escritores denominados pré-modernistas anunciam a Modernidade.''

Trechos retirados do livro: 3° série Novas Palavras. Editora FTD, 2005, 2° edição.


Quem me conhece sabe que eu adoro literatura nacional, e quando comecei a estudar o movimento Pré-Modernista na escola fiquei super empolgada, porque foi quando a literatura nacional começou a se desprender das influências europeias e passou a ser mais nacional. A literatura começou a denunciar a realidade dos povos marginalizados, como os nordestinos, os negros recém-libertos da escravatura, assim como a desvalorização da multicultura brasileira, e a supervalorização da cultura europeia. Devo admitir que quando a minha professora de literatura começou a falar do movimento, e sobre o retrato da desvalorização do conterrâneo, fiquei super curiosa e também um pouco receosa, pois com exceção da literatura nacional e de algumas bandas/artistas, eu nunca fui de curtir muito as coisas consideradas 'nacionais', mas desde o ano passado que eu tenho me esforçado para conhecer mais e mais sobre a cultura do meu país. E saber que tal movimento falava exatamente sobre algumas coisas que até pouco tempo eu costumava ignorar, foi quase como um soco na cara. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler todos os livros do movimento (na verdade estou lendo 'Triste Fim' de Policarpo Quaresma, que foi pedido pela escola, e quando criança li alguns livros do Monteiro Lobato, mas como eram todos infantis, creio que eles não entram no movimento também pelo menos em nenhuma das minhas pesquisas citava isso), mas pretendo explorar um pouco mais esse lado.


Abaixo os autores Pré-Modernistas:
Augusto dos Anjos: Nasceu e viveu até os 24 anos na Paraíba, no Engenho Pau d'aço, onde a família foi obrigada a vender devido à crise que atingiu a lavoura açucareira nordestina nos primeiros anos da República. Embora formado em advocacia, foi professor de literatura a vida toda. Divulgando poemas em jornais até a publicação de sua única obra: Eu. Adorava expor as temáticas da podridão, da decomposição e dos terrores noturnos.
Euclides da Cunha: Nasceu no município de Cantagalo, Rio de Janeiro. Era engenheiro civil, e bacharel em matemática e ciências físicas e naturais, mas como sempre gostou de escrever, tornou-se jornalista e depois escritor. Passou por um episódio de decisão para a literatura brasileira. Trabalhando no jornal A Província de São Paulo, foi enviado como correspondente para o interior da Bahia, na região de Canudos, onde supostamente estaria havendo um levante monárquico. Lá, ao acompanhar os episódios finais da chamada Guerra de Canudos, foi testemunha de um massacre resultante do encontro de duas sociedades que se ignoravam: o litoral civilizado e europeizado, e o sertão inculto e bárbaro. A constatação da existência dos ''dois brasis'' e da forma criminosa com que se defrontaram nessa campanha levou o jornalista a idealizar 'Os sertões', obra que denuncia contradições nacionais ainda não superadas e que manifesta um profundo sentimento patriótico.
Monteiro Lobato: Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor. Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, onde implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Lima Barreto: Mulato e órfão de mãe aos seis anos, enquanto o pai era doente mental e alcoólatra, Lima Barreto teve uma existência desde cedo marcada pelo sofrimento. Quando o pai adoeceu, precisou afastar-se da faculdade que cursava, a Escola politécnica do Rio de Janeiro, para trabalhar na Secretaria da Guerra. As experiências com o jornalismo, que vinham dos tempos de estudante, continuaram e se transformaram em profissão. Em 1905, tornou-se jornalista do Correio da Manhã, e dois anos mais tarde publicou o seu primeiro romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Neste trabalho há fortes elementos autobiográficos, principalmente quando o autor focaliza os bastidores dos grandes jornais brasileiros, formadores de opiniãoo, e o tema 'preconceito racial', de que sempre se sentiu vítima. Em 1911, Lima Barreto publicou em forma de folhetim, seu romance mais conhecido, Triste Fim de Policarpo Quaresma.

As Informações acima foram retiradas de sites como Infoescola, 
Sua Pesquisa, e também do livro 3° série Novas Palavras. Editora FTD, 2005, 2° edição.


Enfim pessoal. Sei que a coluna desse mês foi bem diferente das outras, e sei que foi mais informativa que argumentativa, mas eu adorei escreve-la e espero que vocês tenham gostado da leitura também. Acredito que a maioria de vocês já devem ter estudado esse 'movimento' na escola, então, o que vocês acharam? Quais os livros que vocês leram? E quais os que gostaram mais? E pra quem não estudou ainda, ficaram curiosos? Comentem, e até o próximo mês!  (: 


Rafaela Lopes

13 Comentários

  1. Ótima coluna, Rafaela. Eu já estudei o movimento na escola, mas não li nenhum dos livros que você citou, embora queira ler Os Sertões, Triste Fim de Policarpo Quaresma e Jeca Tatu. Achei muito importante o que você escreveu.

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  2. Meninas, meses se passaram desde a última vez em que eu comentei num blog, mas vi que vocês estavam falando sobre o Pré-modernismo aqui, e não pude deixar de fazer uma visita. Apesar de ser uma fonte de divergências entre os críticos, esse é um período particularmente interessante, porque já nele é possível detectar alguns tipos de subversão literária que seriam amplamente explorados pelo movimento modernista de 22. Vejam o Augusto dos Anjos, por exemplo: durante os seus estudos universitários, ele foi apresentado a um grande número de teorias científicas que estavam em voga na Europa da época, e ele fez o que ninguém havia feito antes: incorporou essa pesadíssima carga científica em sua poesia. É comum, inclusive, que se refiram à obra dele utilizando o termo "antipoesia", justamente porque ele conseguiu criar ritmo e beleza a partir de uma reunião de elementos nunca antes utilizados no Brasil (embora já houvessem sido trazidos à tona, por exemplo, por Baudelaire). Ler a poesia do Augusto dos Anjos é se deparar com um sem-número de termos científicos e biológicos ("monera", "átomo", "diatomáceas", "pólipo" etc); e, apesar disso, é ser profundamente afetado pela melancolia — a consciência da pequenez humana — que se insinua pelos versos dele. É tudo muito pungente, muito sentido, muito emocionalmente impactante; e é graças a essa capacidade de conciliar um vocabulário frequentemente hermético e uma sensibilidade sobre-humana que ele se tornou um dos poetas mais famosos e reconhecidos da nossa literatura. Não posso expressar por palavras a minha admiração por ele. Se tiverem a oportunidade, deem uma lida em alguns poemas desse gênio; as obras podem ser encontradas facilmente nesta página: http://www.biblio.com.br/conteudo/AugustodosAnjos/augustodosanjosobras.htm

    Recomendo especialmente "Queixas noturnas" e "Monólogo de uma sombra", mas os mais famosos são "Versos íntimos", "Psicologia de um vencido" e "Budismo Moderno" (neste último figuram os famosos versos "Tome, doutor, esta tesoura... E corte / minha singularíssima pessoa.")

    Beijão, garotas!

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  3. Nunca lí nada pré moderno, sério mesmo. Gosto de Realismo *-*

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  4. Tenho que confessar que me perco nestas ideias, hahah..
    Mas compartilhei o link do post com a minha amiga que fez Letras. Aposto que ela vai gostar :)

    Beijos, Lu
    http://luizando.blogspot.com.br

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  5. Muito bacana essas mini aulas
    Parabén pela ideia

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com.br

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  6. Super informativo!
    Foi um movimento fundamental para a literatura nacional"
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias
    Livroterapias

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  7. Estudei pré-modernismo na escola, mas não cheguei a ler nenhum livro. Mas gostei de saber mais sobre ele aqui, e um dia quero realmente ler algo dele.

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  8. Super informativo esse post!
    Eu já estudei esse movimento, inclusive estou bem pertinho dele, to no Modernismo. Sempre achei super legais os livros do Monteiro Lobato, afinal, como não gostar, não é?
    Adorei!

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  9. Adorei esse post, muito bom para saber mais um pouquinho, eu estudei isso na minha escola, mas ainda não li nenhum livro sobre esse assunto, mas qualquer dia quem sabe né :D
    Beijinhos
    Facebook do blog
    conversando-com-a-lua.blogspot.com.br

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  10. Avisando que voltei...! Por um tempo! rsrsrs...
    Obrigado pelo seu carinho lá no blog...! >.<

    Bjs,
    Ariane;)

    PS: Acredita que eu estou aprendendo sobre o pré-modernismo na escola??!!

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  11. Eu ainda não comecei a estudar sobre o pré-modernismo D: Achei muito interessante o que você falou sobre o tema espero que eu goste muito do assunto! Ótimo post, Rafa!

    Abraços.
    Entre Livros e Livros

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  12. Adorei esse post, principalmente seu objetivo em abordar um assunto que fez parte da história do nosso país :)
    Adorei !!

    http://autoracarolinaribeiro.blogspot.com.br/

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  13. Adorei essa coluna, vou acompanhar mais vezes!!
    Seguindo aqui e amando
    Bjo pra ti

    minhamaniaa.blogspot.com.br

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