ATENÇÃO! Por Toda a Eternidade é o segundo livro do enredo que Kristin Hannah chama de Firefly Lane, o que faz desta resenha uma verdadeira bomba de spoilers de Amigas Para Sempre. Embora ambos tenham sido publicados por editoras diferentes (Novo Conceito e Arqueiro, respectivamente) – além do fato de atestarem que eles podem ser lidos de forma independente –, o segundo acaba dando continuidade a trama anterior. Portanto, sinta-se avisado...
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Título: Por Toda a Eternidade
Autor: Kristin Hannah
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
Páginas: 400
ISBN: 9788581633206
Nota: 4 de 5

SINOPSE: Tully Hart é uma mulher ambiciosa, movida por grandes sonhos que, na verdade, escondem as lembranças de um passado de abandono e dor. Ela acredita que pode superar qualquer coisa ao esconder bem fundo os sentimentos de rejeição que carrega desde a infância... até que sua melhor amiga, Kate Ryan, morre. Então, tudo começa a mudar para Tully, que se vê escorregando em um precipício cheio de memórias melancólicas e remédios para dormir... Dorothy Hart — ou Cloud, como era conhecida nos anos 1970 — está no centro do trágico passado de Tully. Ela abandonou a filha repetidas vezes na infância, até as duas se separarem de uma vez por todas.
Aos dezesseis anos, Marah Ryan ficou devastada pela morte da mãe, Kate. Embora seu pai e seus irmãos se esforcem para manter a família unida, Marah transformou-se numa adolescente rebelde e inacessível em sua dor. Tully tenta aproximar-se de Marah, mas sua incapacidade para lidar com os sentimentos da afilhada acaba empurrando a menina para um relacionamento infeliz com um rapaz problemático. A vida dessas mulheres está intimamente ligada, e a maneira como elas vão rever seus erros e acertos constrói um romance comovente sobre o amor, a maternidade, as perdas e o novo começo. Onde há amor, há perdão...

Comentários:

Com uma sinopse bastante sugestiva, não é preciso dizer muito para esclarecer sobre o que o livro se trata., mas vamos lá! Com a morte de Kate Ryan, nossos personagens principais acabam devastados: Tully perde sua melhor amiga e porto seguro (coisa que jamais a fama lhe deu); Marah não consegue lidar com o luto e se priva de sentir qualquer dor; Johnny Ryan resolve se mudar com os gêmeos na tentativa de começar de novo; e os pais de Kate se entristecem a medida que veem seus entes próximos perderem o rumo. E assim inicia a narrativa...

Impossível falar em Por Toda Eternidade sem mencionar o verdadeiro início dessa história, descrito em Amigas Para Sempre. Embora seja possível ler o segundo sem ter lido o primeiro — já que a autora faz questão de relembrar o pontos cruciais do livro anterior — a história dá continuidade como se Kristin Hannah estivesse trabalhando em um desfecho para os personagens; como se ela quisesse explicar como foi seguir adiante. Por isso, me senti maravilhada por ter saboreado a primeira obra antes, porque o que veio em seguida se tornou um completo nostálgico e melhor esclarecido.

A trama é contada no ano de 2010 mesclada com momentos do passado (principalmente fatos de 2006, ano da morte de Kate) para que possamos entender o presente. Com isso, a narrativa passa a ser alternada: temos a visão de Marah, Dorothy e, principalmente, de Tully, que faz de Kate uma personagem viva em vários momentos da história (com a leitura vocês entenderão o porquê). Além disso, temos por vezes um narrador observador. É uma variação que dá certo quando bem organizado, mas infelizmente senti falta disso no livro. Não estou pedindo por uma história mastigada, mas sim uma melhor disposição desses múltiplos narradores, coisa que eu considero essencial.

Diferente do livro anterior, Por Toda a Eternidade traz alguns capítulos um pouco maiores. Quando se trata de um fato presente, o dia e a hora da vez são sinalizados, o que com certeza deu um diferencial e me ajudou a deixar a cisma dos narradores de lado. A escrita continua envolvente, e o desenvolvimento flui em um tom nostálgico (pelo menos para mim), com lembranças e explicações que eu já conhecia (por ter lido Amigas Para Sempre antes, claro)... mesmo assim, nada passou despercebido.

Aos que leram o primeiro livro e estão se perguntando o que de fato aconteceu à mãe de Tully, neste livro há toda a explicação. O complicado relacionamento delas é melhor desenvolvido, e você entenderá toda a história por traz de tanto desprezo. E com certeza se surpreenderá.

No mais, confesso ter me enganado quando achei que o livro traria apenas a Marah como personagem principal... e foi um engano bom! Kristin conseguiu desenrolar bem as histórias paralelas — que, na realidade, então fortemente interligadas — de um modo particular (como sempre ela torna um clichê em algo especial). Precisou algo trágico acontecer a Tully para que as emoções permitissem ser acentuadas; para que algumas explicações fossem dadas, também. E neste percalço da vida, o perdão e o arrependimento são essenciais para um verdadeiro recomeço.

Bem, mesmo não sendo especialista no assunto, confesso ter notado uma pequena diferença em termos de tradução (por serem livros de editoras diferentes), e também não posso negar que entre os dois, Amigas Para Sempre é o meu favorito (por diferentes motivos, entre eles está os mistérios e a magia de uma amizade verdadeira descritas de forma tão visceral), mas ambos me proporcionaram excelentes experiências literárias. Enfim, ter presenciado uma história de fato completa, já que o segundo livro trouxe o que o anterior deixou em aberto, foi muito gratificante ao término dessa maratona literária. Recomendo!

Uma sugestão:

Leia Amigas Para Sempre antes! Só assim você entenderá o quanto Kate foi importante na vida dos personagens de Por Toda a Eternidade, e o porquê sua partida os consumiu tanto. No primeiro livro Kate foi filha, amiga, esposa e mãe... mesmo não estando tecnicamente presente no segundo livro, sua presença acaba se tornando viva. Mais do que você pode imaginar!

Trecho:

''[...] Em vez de ignorar a dor, você precisa mergulhar nela, usá-la como um casaco quente num dia frio. Havia paz na perda, beleza na morte, liberdade no arrependimento. Ela aprendera isso da forma mais difícil.'' [P. 114]


4 Comentários

  1. Amiga confesso que li algumas frases pescadas devidos os spoilers, mesmo que mínimos. Mas de uma forma geral vi que vale a pena ler os livros seguidos e concluir de vez essa trajetória.
    Enfim amiga estava comentando aqui com meu marido que achei o máximo sua ideia de decidir um mês especial essa autora. Amei. Parabéns e um ótimo mês de junho para você ok!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  2. Já tinha lido resenha dos dois livros e agora fiquei encucada, pois tinham dito que Por Toda Eternidade não chegava nem aos pés de Amigas Para Sempre. Agora terei que ler os dois e tirar minhas próprias conclusões. [rs] Só não consigo entender como cada um foi lançado por uma editora diferente. Mas gostei dos seus comentários e ressalvas, Fran. Mais uma ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Eu tenho uma coisa com essa autora que é um pouco difícil de explicar. Tenho um outro livro dela também, o Jardim de Inverno e não li nenhum, na verdade tenho pouca vontade de lê-los. Os enredos parecem ser bem dramáticos e como me emociono fácil, precisaria ler no momento certo.

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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  4. Hey
    Eu sempre fico desconfiada quando eles falam que não é necessário ler tal livro que é continuação.
    Sempre é, sempre tem algo que vai te deixar perdido.

    Dessa série só tenho o da Arqueiro, esse por alguma obra dos correios, não chegou aqui =/

    Imagino as diferenças que devem ter na revisão/tradução, mas ainda bem que não atrapalhou sua leitura.

    bjs e uma ótima terça
    Nana - Obsession Valley

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