Mar da Tranquilidade, de Katja Millay, é um livro que tem recebido muitas críticas positivas na blogosfera literária (englobo o skoob nessa conta). Talvez por isso algumas pessoas não entenderam o meu simplório 3,5 dado a trama como nota. Confira a resenha completa no post anterior.

É um dilema falar de um livro que todo mundo amou, mas que você apenas gostou. Mas sim, eu gostei do livro, gente! A ideia de personalidades jovens e imperfeitos tendo que lidar com questões sérias que envolvem traumas e perdas é sempre muito atrativa. Para quem curte thriller psicológico, principalmente. Além disso, Katja tem uma escrita envolvente, mesmo que apática devido os dilemas dos personagens principais.

As ressalvas que fiz se restringem a forma lenta como a história se desenvolve – como se fatos meramente irrelevantes estivessem tomando o lugar do que realmente importa; do que realmente queremos saber. Além disso, e apesar de reconhecer as tiradas inteligentes da personagem principal (Nastya), eu não consegui me simpatizar totalmente com ela. Essas coisas acontecem ...

E por que estou dizendo tudo isso? Para atestar mais uma vez a minha nota, e reafirmar minha recomendação. Se você achou a premissa no mínimo interessante, arrisque-se! A minha opinião pode ser diferente da sua por diversos motivos (gostos, percepções, aspirações, etc), e que nenhuma história é totalizada aos olhos de todos...

Eles só encontraram a tranquilidade na companhia do outro...

Vou deixar algumas citações do livro como forma de incentivo.
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Com o tempo, meu corpo se curou o máximo que pôde. Minha mente também começou a se acertar, mas acho que os pedaços ficaram meio fora do lugar. Parecia que, quanto mais meu corpo se curava, mas a minha cabeça piorava, e não há fios e pinos suficientes para consertar o que partiu ali. Então não fiz as coisas normais que deveria fazer com 15 e 16 anos. Na idade em que a maioria das pessoas tenta descobrir quem é, eu me esforçava para entender por que eu existia. [Nastya Kashnikov – p. 112]
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– Quantos anos você tinha¿
– Oito anos. Acho que eu já tinha idade suficiente para entender. Mas eu não queria... sei lá... meu pai tentou me explicar, mas não tem como explicar que uma pessoa que você viu todos os dias da sua vida não existe mais. Alguém apertou o delete e ela sumiu. [Josh Benette – p. 149]
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– Obrigações demais. As pessoas gostam de dizer que o amor é incondicional, mas isso não é verdade. E mesmo que fosse, o amor nunca é de graça. Sempre vem acompanhado de uma expectativa. Todo mundo sempre quer algo em troca. Tipo, querem que você seja feliz, ou o que for, e isso nos torna automaticamente responsáveis pela felicidade dos outros, porque eles não serão felizes ao menos que você também seja. Você tem que ser quem eles pensam que tem que ser e sentir do jeito que eles pensam que tem que sentir, porque eles amam você. E quando você não consegue dar o que eles querem, eles ficam infelizes, e aí você também fica infeliz e todo mundo fica infeliz. Eu só não quero ter essa responsabilidade. [Nastya Kashnikov – p. 197] 
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Espero que tenham curtido os trechos que separei para vocês. A ideia do post é também propagar reflexão acerca das notas que atribuímos as nossas leituras. 
Até mais!


4 Comentários

  1. Deu tanto rebuliço assim por causa da tua nota, Fran? Nossa... Vou confessar que tenho uma certa dificuldade com isso, então apesar de sempre dar notas no Skoob (e Banco de Séries) evito dar notas nas postagens. Não me sinto digna, sei lá. [rs] Mas 3,5 é uma nota boa, vai...

    Adorei os trechos que escolheu, em especial o último. São bem significativos. E vou repetir que se tiver oportunidade lerei o livro.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Oi.
    gostei bastante dos trechos e eu sempre tive curiosidade de ler esse livro, acho a premissa interessante. Mas também não é nada do tipo "preciso ler", então se tiver a oportunidade, se de repente encontrar em promoção, sei lá, eu leio.
    Acho esse negócio de nota muito relativo. Por exemplo, eu já fiquei com vontade de ler um livro depois de ler uma resenha negativa porque na resenha, a blogueira dizia que não gostou porque tinha muito suspense e tal, e como eu gosto de suspense pensei que seria uma boa para mim mesmo a nota dela sendo ruim. Acho bacana dar sua opinião sincera, igual vc fez.
    Bjo

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  3. Oi, tudo bom?
    Realmente é difícil falar de um livro que todo mundo ama, mas que a gente simplesmente gosta. Ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, por isso não posso dar minha opinião.
    Mas adorei as citações.
    Beijos,
    Juh
    http://umminutoumlivro.blogspot.com/

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  4. Oi Fran!
    Entendo perfeitamente a sensação de só gostar de um livro que todo mundo amou. Gostei bastante dos trecho que você selecionou, principalmente desse último. Não sei ao certo se leria esse livro... na época do lançamento o título me chamou a atenção, mas ainda não tenho certeza quanto a leitura.

    Beijos
    http://numrelicario.blogspot.com/

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