Título: A Insustentável Leveza do Ser
Autor: Milan Kundera
Edição: 4
Editora: Bis
Páginas: 413
ISBN: 9789896600624
Nota: 3,5 de 5
Comentários:
Sinceramente, nunca passou pela minha cabeça ler Milan Kundera. Mas, como eu estou sempre aberta a novas experiências literárias, fiquei animada quando A Insustentável Leveza do Ser foi a obra sorteada para a terceira edição do Leitura Compartilhada com a Érika (Reliário) e o Clóvis (De Frente Com os Livros). Como esse é o livro mais popular de Kundera, acho que comecei com tudo. Ou quase.
Os personagens principais são Tereza, Tomas, Sabina e Franz. Tereza tem um espírito sensível e fora educada de forma repulsiva. Ao conhecer Tomas, sua felicidade é depositada inteiramente a ele, que, por outro lado, vive em meio a libertinagem e possui sérias dificuldades para aventurar-se amorosamente. Franz é idealista e sonhador, e, assim como Tereza, personifica o peso da vida. E Sabina é a versão feminina de Tomas; ambos representam a leveza. Em outras palavras, são eles que nos mostram, através de suas escolhas, o peso insustentável que baliza a vida.
A narrativa envolve as relações amorosas das personalidades citadas acima, unindo-se (quase sempre de forma conturbada) à filosofia, política, comunismo, mitologia, erotismo, comportamento humano, literatura, e muito mais. Embora o livro seja de 1982, a história se passa em 1968 e é permeada pela invasão russa à Tchecoslováquia e pelo clima de tensão política que pairava na cidade de Praga naqueles dias.
A narrativa envolve as relações amorosas das personalidades citadas acima, unindo-se (quase sempre de forma conturbada) à filosofia, política, comunismo, mitologia, erotismo, comportamento humano, literatura, e muito mais. Embora o livro seja de 1982, a história se passa em 1968 e é permeada pela invasão russa à Tchecoslováquia e pelo clima de tensão política que pairava na cidade de Praga naqueles dias.
Mais do que uma enredo de teor político, porém, A Insustentável Leveza do Ser traz um verdadeiro ensaio filosófico. E isso de forma alguma é um problema, se não fosse pelas constantes "saídas" que o autor faz através de comentários excessivos, onde ele reflete as situações quase como um personagem. Em outras palavras, apesar de ser um narrador observador, Kundera acaba fazendo parte do enredo quando faz questão de não deixar nossos pensamentos livres. Isso, de certo modo, deixou a obra extensa, por vezes até cansativa, e com pouquíssimos diálogos graças as muitas observações.
Outras coisa que me incomodou foi a cronologia da história. Às vezes o
autor, do nada, voltava para assuntos ou cenas já trabalhadas antes, como se
tivesse lembrado naquele momento de contar uma coisa que já havia ficado para traz, fazendo questão também de suscitar a ideia sob o ponto de vista de outro
personagem... enfim, eu não tenho problemas com histórias atemporais, mas, mesmo que esta tenha parecido mais com uma conversa informal, soou um pouco confuso.
Apesar disso, a leitura vale a pena pelas sublimes questões levantadas: qual o real sentido da vida? Devemos ser leves ou carregar o peso? Comprometer-se ou não? As respostas parecem óbvias, mas são mais complicadas do que imaginamos. De acordo com o autor, "procuramos sempre o peso das responsabilidades, quando o que na verdade almejamos é a leveza da liberdade".
Em contrapartida, Kundera também afirma: "seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser." Portanto, recomendo para quem se interessa por filosofia, história e política. Quem não tem aspiração por esses temas, ou não tem uma certa "bagagem" de vida, talvez não irá desfrutar dessa história de forma completa.
Mais considerações sobre A Insustentável Leveza do Ser podem ser adquiridas abaixo.
Esse é um dos meus livros preferidos da vida *-* hahaha
ResponderExcluirpena que vc não curtiu tanto... eu acho um livro excelente. <3
bjs
http://torporniilista.blogspot.com.br/
Fran amiga estava ansiosa para saber sua opinião sobre esse livro. Confesso que nunca pensei em lê-lo, mas uma amiga a anos atrás me indicou então fiquei com o título em mente.
ResponderExcluirCom certeza os questionamentos levantados são importantes e interessantes, mas para mim se a narrativa não ajudar acabo não aproveitando a leitura da forma como deveria. Enfim foi positivo ler suas impressões afinal foi a primeira resenha que li do livro.
Beijos
Leituras, vida e paixões!!!!
Oi Fran.
ResponderExcluirAdorei a resenha e o projeto de leitura compartilhada. Também não gosto de leituras onde você não sabe se está no presente da história ou no passado, não sou fã desse vai e volta! :P Mas até que fiquei bem interessada no tema de filosofia e política. Quem sabe de uma chance a esse livro.
Bjoks da Gica.
http://umaleitoraaquariana.blogspot.com.br/
Oi Fran. Adorei sua resenha, conseguiu dá um panorama bem legal do roteiro da histórias desses quatro personagens. Objetiva e precisa! Espero que com uma nova leitura você possa gostar ainda mais desse livro. Adorei participar de mais uma edição do projeto. Abraço!
ResponderExcluirOlha, Fran, vou ter que confessar que só comecei a ouvir falar sobre Kundera há talvez um ano e não tive tempo de decidir se lerei algo do autor. Mas sobre esse livro em específico posso dizer que fiquei dividida com os comentários de vocês. A premissa é algo que geralmente me chama atenção, gosto dessas reflexões filosóficas e sobre comportamento. Mas esse excesso de explicações na narrativa e a disfunção temporal desconexa provavelmente me incomodariam, como me incomodaram em outros livros. Mas num balanço geral do que vocês extraíram dele, acho que leria. Só não imediatamente. Ótima resenha e ótimo vídeo.
ResponderExcluirBeijos!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/