Título: A Casa do Céu
Autor: Amanda Lindhout e Sara Corbett
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
Páginas: 448
ISBN: 9788581633039
Nota: 4,5 de 5

SINOPSE: A Casa do Céu traz o relato dramático e libertador de uma mulher cuja curiosidade a levou até os lugares mais bonitos e remotos do mundo, países instáveis e perigosos, e também a passar quinze meses em um angustiante cativeiro. Essa é uma história de coragem, resiliência e beleza.

"Um relato vívido e emocionante sobre como Amanda manteve viva a luz interior e o espírito do perdão, mesmo quando se encontrava no coração das trevas." – Eckhart Tolle


Comentários:

Em novembro de 2009, o jornal O Estadão divulgou uma notícia com a seguinte manchete: Jornalistas sequestrados na Somália em 2008 são libertados. Eles se referiram à Amanda Lindhout e Nigel Brennan, protagonistas de A Casa do Céu. Por aí vocês podem imaginar sobre o quê a história se trata...

Apesar de estar centrado no desenrolar do sequestro dos jornalistas, como ficaram conhecidos, é importante salientar que o livro em si nos fornece relatos de fatos acontecidos desde muito antes do sequestro. Aliás, toda a trama trata-se de uma biografia da Amanda Lindhout.

Amanda inicia sua jornada nos contando parte de sua infância, como foi a separação dos seus pais, como foi sair de casa, de que forma surgiu seu amor por viagens, quais foram os primeiros lugares que ela visitou, e onde ela conheceu Nigel. Até então a leitura tem um estilo simplista, e nada parece ser extraordinário.

Isso até a Amanda acabar caindo de para-quedas no jornalismo, como fotógrafa freelancer. Mas esses trabalhos esporádicos (um deles foi no Afeganistão) davam apenas para pagar suas despesas de viagem, o que a faz percebe que ela não irá muito longe com isso, principalmente não sendo formada e não tendo feito sequer um cursinho de especialização.

Foi então em um furo de reportagem sobre as guerras da Somália que ela vê a oportunidade de prestígio e reconhecimento, lugar onde quase nenhum jornalista estava disposto a estar. Para enfrentar esse desafio, Amanda convida Nigel como colaborador, que sem delongas decide ajudá-la.

Ao chegarem por lá, ambos percebem o caos que estava aquele país, com guerras, sequestros e morte. Na realidade, era justamente isso que Amanda queria mostrar para o mundo, se não fosse por um grupo de guerrilheiros que os impediram antes mesmo do trabalho começar. Eles levaram Amanda e Nigel com a ideia de que eles lhes serviram como uma forte de dinheiro para a manutenção das guerras.

Infelizmente, as negociações não foram tão fáceis, principalmente porque a família de Amanda não tinha poder aquisitivo para pagar o resgate exigido. Enfim, uma série de questões fizeram com que eles enfrentassem uma experiência traumática durante longos e conflitantes 15 meses. 

Maus tratos, violência, estupro, fome, esperança, pequenas alegrias, ânsia pela morte e muitos outras coisas são descritas com intensidade nessa narrativa, numa dosagem dramática verossimilhante que te envolverá até as últimas palavras.

O livro  traz também uma comprovação do que é o fundamentalismo islâmico e como as mulheres são tratadas por lá. Tudo que acontece com eles, especialmente com a Amanda, mexe com a nossa cabeça e com o nosso coração, e acaba nos causando uma enorme revolta (eu fiquei assim, e certamente você entenderá o que eu quero dizer após a leitura). Sinceramente, não sei se teria a mesma força que ela para enfrentar uma situação desta.

Apesar disso, A Casa do Céu não é um livro sobre tragédias. A história de Amanda Lindhout vem carregada sobretudo de esperança, luta por sobrevivência e fé. Aceitar, saber perdoar e descobrir meios de seguir em frente também são excelentes ensinamentos que podemos extrair de sua narrativa.

A trama vale a pena para você que quer conhecer um pouco sobre a cultura islâmica, e que está disposto(a) a se deparar com a violência em suas diferentes formas. Lembre-se que estamos falando de um livro biográfico... A Casa do Céu parece um diário de memórias, com diferentes aspectos que irá te surpreender.

A obra fez parte do parte do meu projeto Leitura de Domingo (para quem não sabe sobre o que se trata, basta clicar AQUI), onde por 9 semanas eu estive ao lado de Amanda Lindhout, acompanhando-a em suas memórias sobre os 15 meses que até eu jamais serei capaz de esquecer.



3 Comentários

  1. Sempre tive uma certa curiosidade por esse livro, Fran. Mas agora você me venceu, preciso ler. Costumo ler obras intensas com certa regularidade, mas por ser uma autobiografia certamente deve ter um peso e densidade muito maiores. E seus comentários são bem pertinentes. Vou procurar. Ótima resenha.

    Beijos!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Eu tenho esse livro, mas ainda não li, em parte porque a pila de livros tá maior do que eu queria que estivesse, ms também porque tenho um pouco de medo da história. Eu não to num bom momento pra ler livros com muita carga emocional.
    Bjss e seguindo :)
    sete-viidas.blogspot.com

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  3. Amiga fico feliz que vc conseguiu concluir mais um livro nesse seu projeto de leitura aos domingos. Adoro companhar seu progresso pelo Instagram =) parabéns pelo foco e determinação!!!!

    Gostei de ter uma noção sobre o enredo desse livro e claro saber sua opinião, mas tenho certeza que não é o tipo de leitura que eu conseguiria fazer ... Não funciono lendo sobre violência, principalmente essas praticadas nos estados islâmicos (a brutalidade, o radicalismos etc) me deixam mal.
    Essas mulheres devem ter uma história de luta e superação para contar mas não tenho emocional para ler. Enfim parabéns pela leitura amiga.

    Leituras, vida e paixões!!!!

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