Se tem um gênero literário que costuma dividir opiniões, é o da autoajuda. De um lado temos os resistentes, seja por preconceito ou por falta de interesse. Do outro existem leitores que buscam as respostas que orientem os males da modernidade, e que acreditam encontrar nesses livros a chave para o sucesso.

Independente da ambiguidade do qual a autoajuda se interpõe, suas obras estão sempre entre as mais vendidas nas listas divulgadas pelas editoras, que evidentemente apostam em sua lucratividade. Se a vendagem é rentável, então, por que não investir? Não vejo motivos contrários para tal. Ok. Mas qual o motivo de tanta oposição?

Imagem: Google.

Em sua grande maioria, a autoajuda atua como uma espécie de conforto, suavizando a ansiedade, o estresse e a angústia dos leitores. Talvez as pessoas desacreditem das respostas e soluções que esses livros tanto oferecem através de fórmulas prontas, quase sempre vistas como meio de dinheiro.

Quanta crendice boba! Na realidade, esta literatura só pode oferecer uma simples ajuda, caso a pessoa se permita. A partir do contato com o livro é que os leitores poderão decidir seguir ou não o caminho oferecido pelos autores, muitas vezes movidos por experiências pessoais ou pesquisas científicas. 

Em outras palavras, a cura para os males deve ser encontrada por cada um, com base em suas experiências pessoais. Não basta saber. Você tem que querer fazer, também.

Ler autoajuda, seja sobre ciência, técnica, cultural, psicologia, relações humanas, religião ou lazer, não é pecado. Mesmo sendo uma literatura considerada por muitos como um campo à margem da esfera cultural, ela propõe novos caminhos para quem deixa ser guiado. 

Além disso, se pensarmos bem, a procura pela autoajuda é semelhante ao fato de muitas vezes nos identificarmos com as experiências alheias – onde consequentemente aprendermos com elas. Se ler histórias diferentes, mesmo romanceadas, nos dá ideias e conceitos de mundo que nos enriquecem, por que com a autoajuda seria diferente?

Aliás, não é só a autoajuda o nicho da literatura mais criticado. Todos os gêneros literários sofrem o mal do preconceito. Mas ler nos faz crescer por dentro, multiplica as nossas visões e ideias, e reduz preconceitos. É o que eu acredito.

Ao contrário de apontar defeitos sem conhecimento de causa, devemos recomendar que as pessoas leiam mais, leiam o que gostam. Portanto, se você curte a autoajuda, seja como fonte de estudo e conhecimento, seja por prazer, leia! Não devemos ter vergonha daquilo que nos apetece.


4 Comentários

  1. Sempre arrasando nos artigos, Fran. Confesso que autoajuda não é um gênero que me atrai, já tentei ler e não funcionou comigo. Tenho a impressão de que absorvo melhor um assunto quando inserido numa narrativa, mas é uma coisa minha. Se a pessoa tem um ou mais livros que auxiliam a lidar melhor com alguns aspectos da vida, por quê não? Enfim, ótimo texto.

    Beijos!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Oi Fran!
    Gostei bastante da discussão que você está propondo com essa postagem e de fato praticamente todos os gêneros literários sofrem algum tipo de preconceito. Mas eu realmente não sou público dos livros de autoajuda. Na verdade não gosto que me digam o que fazer nem cara a cara, imagina comprar um livro sobre isso (kkk).
    Talvez seja um pouco de radicalismo, mas sou da teoria que cada um é que sabe o que é melhor pra si. No entanto, não condeno e apoio todos os gêneros. Acho que cada um deve ler o que lhe agrada =)

    Beijos
    http://numrelicario.blogspot.com.br/

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  3. Amiga adorei saber sua opinião sobre o assunto Livros de autoajuda!!!! Penso como você e até costumo ler uns dois a três livros desse estilo por ano, como vc disse muitas vezes precisamos apenas conhecer a história de alguém que passou por algo semelhante a nós para podermos respirar mais aliviados e motivados; além disso acho muito interessante livros que nos orientam a organizar nossas finanças e nossa vida (estou lendo Vida Organizada e achando mega interessante!!!).
    Enfim parabéns pela mente aberta e pelo estímulo do bem par todos. Beijos linda!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  4. Exatamente isso! É um gênero literário que mais "sofre bullying" dos leitores. Eu particularmente não curto muito, mas já li inúmeros e não pretendo parar por ai, já que sempre acho um jeito de sair da zona de conforto (de leituras, nesse caso). Há obras como "nunca desista dos seus sonhos" e "Quem mexeu no meu queijo?" que há muito tempo li e que até hoje tiro lições delas. Então, vale a discussão. Amei o texto!

    http://cantinadolivro.com.br/

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