Após a Semana da Arte Moderna – cuja importância histórica se deu pela confluência em relação às tendências de renovação que vinham ocorrendo na cultura brasileira, por conseguir chamar a atenção dos meios artísticos de todo o país, e por permitir o intercâmbio de ideias e técnicas entre artistas de diferentes áreas –, o Modernismo passou para a fase de divulgação de duas ideias, onde destacam-se a destruição e a construção. E é sobre esse período que iremos conversa hoje.

Ilustração. Fonte: Google.

A expressão modernista em nosso país contou com duas fases: a que ocorreu de 1922 a 1930, caracterizada pelas tentativas de solidificar as ideias do movimento, e a de 1930 a 1945, marcada pela consolidação dos ideais modernistas e a ruptura com a arte tradicional.

Principais características do Modernismo:
nacionalismo e urbanismo; subjetivismo; crítica ao nosso passado histórico-cultural; valorização do cotidiano;  ironia, humor e irreverência; livre associação de ideias; busca pela linguagem popular; pontuação relativa; versos livres e uso de palavras em liberdade.

De modo geral, os escritores modernistas defendiam a construção da cultura brasileira sobre as bases nacionais, além da promoção de nossas tradições culturais e da eliminação do apego a valores estrangeiros. Nessa época, várias obras, grupos, movimentos e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, deixando como principal resultado a autonomia e maturidade de nossa literatura.

Da primeira geração do Modernismo brasileiro fizeram parte os autores Oswaldo de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho e Raul Bopp. Cada um deles possui uma história de bastante representatividade para o movimento modernista no país.

A segunda fase do Modernismo, no quesito romance, foi disseminada com a contribuição do rádio, que era o meio de comunicação de massa mais moderno da época. Em outras palavras, foi o rádio quem aproximou o país da prosa de ficção. Aí destacam-se os autores Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Dionélio Machado.

Os autores citados, também considerados como herdeiros do modernismo, dedicaram suas obras a realidade brasileira com a clara intenção de denúncia social e engajamento político. Problemas como miséria, ignorância, opressão nas relações de trabalho e as forças da natureza sobre o homem desprotegido são alguns dos temas que eram abordados. E isso fez o romance de 30 se tornar um dos melhores momento da ficção brasileira.

Já no quesito poesia, a segunda fase do Modernismo viveu um período onde a literatura no Brasil alargou-se e amadureceu. O principal motivo foi o fato de que já não havia necessidade de escandalizar os meios culturais acadêmicos, e, portanto, os poetas passaram a se sentir mais a vontade para criarem seus sonetos. Além disso, os temas ganharam uma abordagem em profundidade. 

Os principais temas apresentados se concentravam na religião, filosofia, história e na sociedade. E os principais poetas foram Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Morais, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário Quintana e Manuel de Barros.

Até mais!


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Referência: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza. Conecte: literatura brasileira. São Paulo: Saraiva, 2011.

2 Comentários

  1. Vou te confessar que o Modernismo foi a fase que mais gostei de estudar na época da escola, Fran, e esse seu texto me deu certa nostalgia. Ao mesmo tempo que me lembrou uma vontade esquecida de ler mais desses autores. Gosto das poesias desse período, e quero ler algumas narrativas também. Enfim, ótimo post.

    Beijos!

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  2. Com certeza os autores e poetas dessa fase são os mais conhecidos por mim. Lembro que adorava José Lins do Rego, li muita coisa dele. Também li Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Jorge Amado. Enfim adorei essa postagem. Beijos. Parabéns pela pesquisa!!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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