Todo mundo sabe da importância que a leitura tem o cultivo da autonomia de pensamento, e as bibliotecas são ótimos espaços para a difusão de informação. Mas nem todos costumam frequentar esses espaços, seja por hábito, por falta de oportunidade ou pela carência de bibliotecas em sua cidade. 

Vale ressaltar também que grande parte dos leitores prefere adquirir determinado título para si ao invés de pegar emprestado em um local público como este. Mas não podemos negar é que esses espaços ainda são considerados por muitos essenciais para o cumprimento das metas de aprendizagem, pois além de facilitar o acesso ao conhecimento, proporcionam ainda toda a concentração necessária para uma leitura agradável, além do incentivo e o contato com inúmeros livros. Saliento ainda que as bibliotecas são patrimônios culturais inspiradores, e que sua importância vai além do conceito que já temos em mente.

Aqui no Brasil existem algumas bibliotecas reconhecidas por sua (própria) história e importância no universo do conhecimento. Uma delas é a Real Gabinete Português de Leitura, considerada uma das 30 bibliotecas mais famosas do mundo. Ela localiza-se no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Apesar de surgir em 1837 através de um grupo de imigrantes portugueses, o Gabinete só começou a ser projetado de fato no ano de 1880 por Dom Pedro II e a Princesa Isabel. A inauguração oficial foi em 10 de setembro de 1887.

Fonte: google imagens.

A biblioteca do Real Gabinete é notória porque possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Entre os mais de 300 000 volumes, nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras, como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), além de expor uma belíssima coleção de pinturas de seu país de inspiração. Todos os dias é estimado uma média de cento e cinquenta visitantes. 

Mas nem só de flores viveu a instituição. A década de 50 foi de grandes dificuldades financeiras para a biblioteca. Segundo registros histórico, os ''Gabinetes de Leitura'' nunca eram lembrados pela maioria dos benfeitores. As suas despesas eram rateadas pelas diretorias, e só muito depois o governo português, na época do antigo regime, concedeu subsídios para amenizar a crise que ameaçava a instituição. 
''Foi preciso mudar a sistemática anterior em vários sentidos: primeiro, para dar mais dinamismo às suas atividades, criou-se em 1969, na gestão do Presidente António Pedro Martins Rodrigues, o Centro de Estudos, onde passaram a ser ministrados sistematicamente cursos e conferências a cargo de professores universitários. [...] Depois fizeram-se as campanhas financeiras para resgatar o Real Gabinete da situação de penúria e dar-lhe meios para subsistir. Nos anos mais recentes o seu quadro social, antes constituído só de portugueses, passou a receber cidadãos de outros países de língua portuguesa e, a esta altura, várias empresas brasileiras  como por exemplo o Banco Itaú que financiou todo o processo de informatização da biblioteca  já contribuem para o desenvolvimento do Real Gabinete, a formação do centro de multimídia cultural, o restauro do edifício, etc''. (COSTA, A. Gomes da. Catedral da Cultura Portuguesa. Disponível em: <http://www.realgabinete.com.br>. Acesso em: 5 de março de 2014)
E outras entidades, como a própria Biblioteca Nacional, além de empresas portuguesas, vem permitindo ao Real Gabinete o desenvolvimento de outras atividades, como a recuperação de obras raras danificadas pelo tempo por meio da restauração, por exemplo. Além disso, a biblioteca é responsável por editar a revista Convergência Lusíada (de periodicidade semestral), contribuindo ainda como a organização de cursos sobre Literatura, Língua Portuguesa, História, Antropologia e Artes, destinados principalmente a estudantes universitários. 

No atual mundo convergente, parece que as bibliotecas precisam se reinventar para chamar a atenção. Um espaço que, na realidade, deveria ser notado com mais afinco. Portanto, fica a dica para àqueles que gostam de visitar lugares históricos. Para os que são da cidade do RJ, esta é uma ótima pedida. Para os que não são, como eu, que tal buscarmos em nossa cidade algum ambiente de leitura para conhecermos sua história (e luta pela disseminação de ideias)? Afinal, as bibliotecas foram as grandes incentivadores na difusão de leitura e conhecimento em nosso país.

Algumas informações:
Localiza-se na rua Luís de Camões, 30. Centro - Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 2221-3138 
E-mail: gabinete@realgabinete.com.br 
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas.


Referências:

4 Comentários

  1. Fran, enlouqueci com esse gabinete !! *-*
    Adoro coisas velhas (como diz minha mãe), adoro história, adoro livros .... *-*
    Meu sonho é conhecer o Rio de Janeiro (pois é, eu não conheço) e ir em lugares como a Biblioteca Nacional: um lugar velho (palavras da minha mãe) e recheado de preciosos livros :)

    http://autoracarolinaribeiro.blogspot.com.br/

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  2. Olá, Fran. Gostei do post, espero que tenha mais deste tipo. Desde criança frequento a biblioteca aqui da minha cidade; não é tão grande, mas sempre foi um dos meus espaços favorito da região, me ensinou tanta coisa e me emprestou livros que eu não podia comprar.
    Às vezes sinto até inveja do Rio de Janeiro por ter tantas bibliotecas cheias de histórias! Um dia penso em visitá-las, e é claro que conhecer as de São Paulo também. Fico triste porque as bibliotecas não são tão valorizadas... Espero que isso mude!
    Ótima postagem, Fran :)

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  3. Bibliotecas são sempre uma ótima pedida, pena que não tenham acesso tão fácil pra mim. Ótimo post.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  4. Amei o post e apoio a ideia de campanhas para manter, divulgar e popularizar as bibliotecas.
    Confesso que a anos não vou a uma mas sinto falta. Na época da universidade eu aproveitava bem, principalmente o espaço, estudei na universidade católica de Pernambuco e sua biblioteca é fantástica!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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Boas sugestões e opiniões construtivas são sempre bem-vindas. Obrigada por sua visita!