Título: Pequenas Grandes Mentiras*
Autor: Liane Moriarty
Edição: 1
Editora: Intrínseca 
Páginas: 400
ISBN: 9788580576795
Nota: 3,5 de 5

SINOPSE: Com muita bebida e pouca comida, o encontro de pais dos alunos da Escola Pirriwee tem tudo para dar errado. Fantasiados de Audrey Hepburn e Elvis, os adultos começam a discutir já no portão de entrada. E da varanda, onde um pequeno grupo se juntou, alguém cai e morre. Quem morreu? Foi acidente? Se foi homicídio, quem matou?
Pequenas Grandes Mentiras conta a história de três mulheres, cada uma delas diante de uma encruzilhada. Madeline é forte e decidida. No segundo casamento, está muito chateada porque a filha do primeiro relacionamento quer morar com o pai e a jovem madrasta. Não bastasse isso, Skye, a filha do ex-marido com a nova mulher, está matriculada no mesmo jardim de infância da caçula de Madeline. Já Celeste, mãe dos gêmeos Max e Josh, é uma mulher invejável. É magra, rica e bonita, e seu casamento com Perry parece perfeito demais para ser verdade. Celeste e Madeleine ficam amigas de Jane, a jovem mãe solteira que se mudou para a cidade com o filho, Ziggy, fruto de uma noite malsucedida. Quando Ziggy é acusado de bullying, as opiniões dos pais se dividem. As tensões nos pequenos grupos de mães vão aumentando até o fatídico dia em que alguém cai da varanda da escola e morre. Pais e professores têm impressões frequentemente contraditórias e a verdade fica difícil de ser alcançada.
Ao colocar em cena ex-maridos e segundas esposas, mãe e filhas, violência e escândalos familiares, Liane Moriarty escreveu um livro viciante, inteligente e bem-humorado, com observações perspicazes sobre a natureza humana.

Comentários:

Minha primeira experiência com Liane Moriarty foi um pouco conturbada. Com expectativas elevadas, iniciei a leitura de Pequenas Grandes Mentiras achando que encontraria uma história intrinsecamente polêmica. Mas, na realidade, o livro traz temas comuns sem grandes reviravoltas. E só.

Na trama temos três protagonistas: Jane, que se torna mãe solteira após um episódio do qual optou esquecer; Madeline, que ainda guarda rancor do ex-marido, principalmente quando sua filha parece preferir a companhia dele (detalhe que ela já é casada novamente e tem outros filhos); e Celeste, que, casada com um milionário e mãe filhos gêmeos, tinha tudo para ter uma vida incrível se não fosse por alguns problemas domésticos.

São dilemas bem distintos que acabam se cruzando graças a amizade das três, laço cultivado especialmente porque seus filhos estudam na mesma escola. Além do desenrolar (cotidiano) da vida dessas mulheres, mesclado aos fatos que acontecem na escola com as crianças, um crime acontece. E isso se torna o grande mistério do livro. O curioso é que, a priori, não se sabe quem é a vítima e porquê isso aconteceu, nem como.

O livro é estruturado em retrocesso até o dia do crime, e só é possível idealizar o que aconteceu, mesmo que de forma vaga, porque a autora nos oferece comentários, no início ou no fim de cada capítulo, de demais pais de alunos da escola sobre o acontecido. A princípio parece meio confuso, mas depois a leitura acaba fluindo sem grandes dificuldades, embora demore um pouco a engrenar.

Apesar do mistério, e dos problemas familiares das três mulheres, um ponto que merece destaque na trama é a atitude das crianças. Suas 'pequenas grandes mentiras', mesmo que nem sempre sejam cometidas pelos motivos errados (ou seria?), suscitam assuntos como bullying, convivo familiar, insegurança, falta de diálogo (e excesso, também) e apoio emocional.

A autora também põe em discussão a violência contra a mulher, mais segredos e mentiras (desta vez cometidas por adultos), e demais propostas que dão à trama um misto de temas e ousadia. E Liane cumpre o que promete! Aliás, a estrutura adotada contribui muito para isso.

Porém, e apesar de muitos elementos, a história é longa demais e às vezes até enfadonha. Levando em consideração suas abordagens, e aos vários temas pincelados, ainda assim ela se sustenta em um ciclo vicioso que a deixa longa sem necessidade. Além disso, não achei o crime e sua resolução extraordinários, embora o desfecho seja digno e apreciável.

Mesmo com algumas ressalvas, gostei do livro pelas novidades com que me deparei, especialmente pela estrutura. Por isso, recomendo a obra. Principalmente para quem já leu algo da Liane (não recomendo começar por este), ou para quem curte histórias cotidianas.


*Cortesia cedida pela Editora Intrínseca.




3 Comentários

  1. Olá!

    Super incrível essa premissa! Ele está na minha lista há algum tempo, mas minha falta de tempo não me permitiu desfrutar dessa obra, ainda. O legal dessa trama justamente é a forma que Liane fala dos problemas cotidianos. Apesar do tema pesado, ela escreveu de maneira delicada.

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

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  2. Tenho a impressão de que esse livro é um divisor de águas, Fran, pois vi opiniões super positivas e você fez ressalvas bem pertinentes. Contudo, me parece um livro que eu leria, mas vou seguir seu conselho de não ingressar nas obras de Liane por ele. Ótima resenha.

    Beijos!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Olá! Que pena que vc não gostou tanto assim, é bem chato quando a história fica longa demais e parece nunca ter fim. Para escrever livros longos a pessoa tem que saber o que está fazendo para não deixar enfadonho.
    Beijo!
    http://booksmanybooks.blogspot.com.br/

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