Semana passada não tivemos post da série 'Literatura no Brasil' porque foi o dia das mães, e elas mereceram ter uma publicação simbólica em homenagem. Mas agora é hora de retomarmos nossa programação normal. Espero que vocês estejam gostando dessa revisão sobre a nossa literatura.

Daremos continuidade falando acerca de um período que iniciou na metade do século XIX, na Europa, graças às mudanças que ocorriam nos setores filosóficos, científicos, políticos e culturais. Na literatura isso refletiu na forma de três movimentos literários: o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo.

Ilustração. Fonte: Google.

Esse tipo de produção literária, de certa forma, nasceu no Brasil ainda no Romantismo dos anos 1860-70. Algumas tendências dessa época apontavam para uma literatura voltara para o seu tempo, o que caracterizaria o Realismo alguns anos mais tarde. 

Obras como Senhora (1875) e Lucíola (1862), do José de Alencar, por exemplo, já se distanciavam das posturas iniciais do Romantismo. Isso representou o início de um processo que culminaria uma diferente forma de sentir e ver a realidade, agora seria mais verdadeira e crítica.

Principais características do Realismo:
objetividade; linguagem culta e direta; descrições objetivas e adjetivadas; mulher não idealizada; amor e demais sentimentos subordinados aos interesses sociais; casamento como instituição falida; herói problemático; narrativa lenta; personagens trabalhados psicologicamente; universalismo.

A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, tem sido apontada como o marco inicial do Realismo no Brasil, além de se caracterizar como a segunda etapa da produção do autor. Ela o revelou como um gênio da análise psicológica, tornando-o um dos raros romancistas de interesse universal, conforme atestam as inúmeras traduções de suas obras.

Para quem não sabe, Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado inicialmente em folhetim para a Revista Brasileira, é uma autobiografia do personagem Brás, que, depois de morto, resolve escrever suas memórias numa espécie de retrospectiva. Aqui destacam-se suas aspirações à literatura e política; seus amores juvenis; sua amizade com Quincas Borda (personagem que deu vida a outro livro do autor, em 1891); seus casos amorosos; dentre outras coisas.

Outra importante obra de Machado de Assis, publicada em 1899, foi Dom Casmurro. O romance tematiza o adultério sob o olhar de seu narrador, Bentinho, que acredita ter sido traído por sua mulher, Capitu. O motivo mais explorado pela prosa literária nessa época, que seria o triângulo amoroso, fez Dom Casmurro se tornar uma narrativa ambígua, bastante discutida até hoje, que oscila entre dois principais pontos: Capitu traiu ou não Bentinho? O ideal é ler e tirar suas próprias conclusões.

Embora o Realismo, o Naturalismo e até o Parnasianismo muitas vezes se integrem ou se assimilem, só no próximo post iremos falar um pouco mais sobre o que foi o Naturalismo, e na sequência sobre o Parnasianismo. Talvez seja o mais ideal para a melhor compreensão, além do conforto na informações de cada publicação. Então, até lá!


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Referência: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza. Conecte: literatura brasileira. São Paulo: Saraiva, 2011.

2 Comentários

  1. E como estamos gostando dessa revisão, Fran! Você está passando informações bastante concisas e transmitindo-as de de forma bastante prática. Se nos tempos da escola ler sobre literatura nacional era algo maçante você deixou bem agradável.
    Enfim, acho que o Realismo deixou a literatura mais próxima do leitor por trazer aspectos mais fáceis de se identificar. E eu ainda ei de ler Dom Casmurro! Ótimo post.

    Beijos!

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  2. Amei essa postagem até porque li praticamente todos os títulos citados e Machado de Assis foi e é um dos meus amores literários. Confesso que ainda pretendo comprar seus livros e ler e reler. Enfim estou adorando fazer essa revisão com você. Parabéns pelo ótimo trabalho amiga!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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