A primeira edição de 2016 do projeto leitura de domingo chegou ao fim. De março a junho eu tive o enorme prazer de conferir (finalmente!!!) a famosa trilogia do Cemitério dos Livros Esquecidos, do queridíssimo Carloz Ruiz Zafón. E com certeza foi um período de histórias profundas que já estão me deixando com muitas saudades.

Hoje eu não estou aqui para comentar sobre a experiência de ler os três livros, um atrás do outro, somente aos domingos. Quem acompanha o blog sabe sobre essas leituras exclusivas de domingo e o quanto isso é interessante para mim quando se trata de determinados livros. Portanto, se você é novo por aqui, recomendo que acesse o nosso canal e saiba mais sobre o projeto.

O que eu quero com esse post é poder recomendar a leitura dessa trilogia através de uma boa pincelada acerca das histórias, contando ainda sobre a minha ordem de leitura e a percepção geral que tive das narrativas.



Vale começar lembrando que a trilogia é composta por A Sombra do Vento, O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu. O autor sempre deixou claro que as histórias são independentes e que por isso os livros podem ser lidos em qualquer ordem, mesmo que eles estejam interligadas de alguma forma. E estão mesmo! O principal elo são os personagens (e o cemitério de livros, por que não!?). Portanto, resolvi lê-los em ordem de publicação, conforme citados acima.

A Sombra do Vento traz como personagem principal o menino Daniel Sempere, que cresce em meio a busca infindável (e repleta de suspense) pelo autor Julián Carax. Carax é autor de A Sombra do Vento, um livro encontrado por Daniel no misterioso cemitério de livros após sua primeira visita ao lugar. É desta forma que o menino se insere em uma gama de aventuras e segredos que, aos poucos, vão transformando sua vida.

Em O Jogo do Anjo nós voltamos no tempo para conhecer David Martín, um homem desiludido profissionalmente e amorosamente. Além de perder o grande amor de sua vida e não conseguir se tornar um escritor renomado, David descobre ter uma doença que o levará à morte em breve. Mas as coisas vão mudando de rumo quando ele conhece o misterioso Andreas Corelli, que lhe oferece um trabalho especial. E, como se não bastasse, após aceitar a oferta sua saúde melhora milagrosamente. Contudo, tudo isso terá um preço alto do qual David terá que pagar.

Por fim, O Prisioneiro do Céu suscita as tramas anteriores, como se arrematasse ambas com novas informações e desfechos. Neste livro, Daniel está casado e continua trabalhando na livraria de seu pai (que, aliás, é um dos personagem de O Jogo do Anjo). Lá ele conhece um estranho que faz menção a Fermín, seu grande amigo e fiel companheiro nas empreitadas de A Sombra do Vento. É assim que Daniel acaba descobrindo mais sobre a história de Fermín, sobre seus pais (em especial a morte de sua mãe), e que Fermín esteve cuidando dele desde muito antes de conhecê-lo. E ainda tem mais!

Ambos possuem uma linguagem poética, fácil de ser lida e empolgantes. No entanto, Zafón não tem pressa em suas descrições e relatos, e por isso os livros se tornam mais longos do que realmente são. Demorei um pouco para terminar A Sombra do Vento justamente por esse motivo, mas a partir do segundo livro foi fácil lidar com a escrita do autor.  Além disso, todas as obras são repletas de suspense, conspirações, reviravoltas, segredos familiares, aventuras, e contam até elementos fantásticos. Às vezes não dá para medir o que é exatamente realidade.

Os personagens são bem intensos, difíceis de serem esquecidos. Todos são igualmente bem apresentados, e até os secundários nos chamam muita a atenção. Os que mais me marcaram foram o Daniel, o David e a Isabella, que é a mãe de Daniel e grande amiga de David. Isabella aparece em O Jogo do Anjo como uma das principais, e volta a ter sua história contada em O Prisioneiro do Céu.

Quanto a ordem, eu gostei da forma como realizei a leitura. Ainda assim, não veria diferença se invertesse os dois primeiros, pois eles não estão tão ligados diretamente. O Prisioneiro do Céu, contudo, deve ser lido por último, sem dúvidas. Como eu já disse, ele arremata as histórias, complementando-as enquanto nos faz relembrar do passado através de novas descobertas. A sensação é boa, e lê-lo por fim faz todo o sentido.

Dos três, o que mais me envolveu foi O Jogo do Anjo, embora o desfecho tenha me deixado estática demais, um tanto frustrada (porque em partes eu queria mais). Mas toda a narrativa é maravilhosa! A Sombra do Vento foi a minha leitura mais lenta (confesso que às vezes foi um pouco cansativa nas contações de histórias), mas é igualmente incrível e completa. E O Prisioneiro do Céu eu li bem rapidinho, pois seu ritmo é mais acelerado (as capitulações são bem curtas comparados aos livros anteriores) e ele é mais dinâmico, também. 

O Cemitério dos Livros Esquecidos é o tipo de série cujos os livros, com histórias e focos distintos, se completam de uma forma envolvente. Nada é repetitivo ou não atrativo... muito pelo contrário. Sem contra que trata, de forma geral, sobre as pessoas, as ações delas, seus sentimentos, anseios e desejos. Já por isso (e por essa ascensão dos livros) vale muito a pena. Super recomendo!


Um Comentário

  1. Como eu amo essa trilogia, Fran! Se tornou uma das minhas favoritas por tantos motivos que nem sei nominar, e ler suas palavras me deu uma saudade... Tenho uma vontade enorme de reler. Sei que também tem um conto em ebook que infelizmente não encontrei em português. E tem rumores sobre um quarto livro, e a introdução do site oficial me faz acreditar que seja possível. Não seria nada ruim né? Enfim, ótimo post.

    Beijos!

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